domingo, 18 de agosto de 2013

EU E O TEMPO



Hoje eu me senti por dentro assim:
sem luz,
sem vida,
sem idade.
Hoje amanheceu dentro de mim
alguém tão triste,
cansada
e sem vaidade.

Fui procurar
por mim
num outro tempo

não esquecido
da memória.


Havia
a cidade,
 a casa,

a velha janela,
mas

eu não estava lá.

Apenas 

encontrei
enrodilhado,
entre os anéis de poeira,
rodopiantes,
 só o

 passado.

Encontrei
o ar 

saturado,
a madeira enegrecida,
lavrada pelo tempo,
nada mais,

apenas.

A vidraça escorrida
dos respingos de chuva
ressequidos
e pó.

Assim eu me senti hoje,
envelhecida
e só.





 No entanto
 cá estou:
     desenhando 
   borboletas
   nas janelas
     de meus olhos.

     No entanto
    cá estou,
   Tramando sonhos
  tecendo poemas,
 colocando
flores,
cores,
 na tela
 da janela,
  imaginada.
                                                             
Envelheço
   por fora.
Ah!
  por dentro,
no entanto,
    eu canto.
                                                             

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