sexta-feira, 31 de maio de 2013

ENTUSIASMO - SIGNIFICADO DA PALAVRA


Qual é o significado da palavra “entusiasmo” ?
 “Significa movimento de Deus dentro de nós”
Uma pessoa entusiasmada tem Deus dentro de si. É uma pessoa inspirada, apaixonada. 
Certa vez Jesus afirmou: “o Reino de Deus está em vós!”. 
O que é este "Reino"? É o reino da alegria, profunda, inalterada, pura. É o reino do amor, profundo, inalterado, puro.
Quando pudermos sentir que Deus está dentro de nós, conseguiremos viver com entusiasmo, vibrando com a vida, com tudo. 
Descobriremos então o verdadeiro significado do "amor". Saberemos amar de verdade, com alegria.
E quem ama sente alegria. Vive com entusiasmo. 

DESCONTENTAMENTO HUMANO - CAUSA



“Os iogues dizem que o descontentamento humano é um simples caso de identidade equivocada. 
Nós somos infelizes porque achamos que somos meros indivíduos  sozinhos com nossos medos e falhas, com nosso ressentimento e nossa mortalidade. Acreditamos equivocadamente que nossos pequenos e limitados egos constituem toda a nossa natureza. 
Não conseguimos reconhecer nossa natureza divina mais profunda...

Em algum lugar, dentro de nós, existe um Eu supremo que está eternamente em paz... 
Este Eu é que é a nossa verdadeira identidade... se você não perceber esta verdade, estará sempre desesperado, idéia expressa de forma inteligente na seguinte frase irritada do filósofo estóico grego Epíteto:

”Você leva Deus dentro de si, seu pobre desgraçado e não sabe disso.”

Do livro "Comer, rezar, amar".



Este trecho corresponde à parte em que ela se encontra na Índia, tentando meditar. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

TAO e UM POEMA

 Taoísmo 
 “Aceite o efeito, e nem busque
descobrir a natureza da causa.”

O Taoísmo não valoriza os debates intelectuais.
Valoriza a contemplação, a meditação e
aceitação das leis da natureza.
 Não
 tenta compreender a estrutura destes princípios.

"A onda não compreende o oceano, assim como
as nuvens jamais compreenderão o céu;
Como algo passageiro, como o homem pode vir a compreender
algo eterno, como o Tao...?"
A realidade é sempre
soberana, e qualquer discussão sobre a realidade
é equivocada.

Agora um poema que o Tao me inspirou:












Não pense,
não pense,
sobretudo, 
não tente entender;
apenas contemple,
medite
e aceite,
aceite simplesmente,
o que não pode compreender.

Você é como a onda

que se espraia 
e recua,
num eterno vai e vem, 
de volta para o oceano.

Você é como a nuvem

que se forma
e se dissolve
em chuva,
e sobe 
para o céu,
 de onde veio,
em nuvem.

Você é o

viajante 
do céu
a passeio
pela Terra.

Então...

passeie,
contemple,apenas contemple,
com prazer
ou sonolento,
intenso ou distraído,
como o faz
o passageiro,
o olhar debruçado
na janela do trem.

E lembre 

sempre
que é apenas 
passageiro
que passa
depressa
pela eternidade.

Boa viagem.






PERDOAR



Doar mais o prefixo ‘per’ significa ‘doar para ou através de”.

“Doar é muito mais que dar. Doar é a entrega total ao outro.”
“Não apenas quem perdoa é que se doa através do outro. O outro também se livra de uma culpa a mais.”
Artur da Távola diz também que, ao perdoar, permitimos que a pessoa, objeto do perdão, tenha a possibilidade de devolver um amor que, antes, negara.
Perdoar, diz ele, é a única forma de salvação.

Podemos dar qualquer coisa, até o que não é bom.
Quando doamos, há na palavra ‘doar’um significado maior, especial..
Mas neste gesto há algo mais: há amor ou, pelo menos, boa vontade.
Ao perdoar estamos tendo um gesto de boa vontade, que beneficia ambos: doador e recebedor. No mínimo liberta o coração de um peso.
Quem perdoa tem capacidade de amar. Quem perdoa, doa amor.
Ao doar amor, está estendendo uma ponte de acesso do seu coração para outro coração e vice-versa.
Quem não consegue perdoar constrói muros de pedra atrás dos quais se isola.
Não se dá permissão de ter paz.
Salvação deve ser isto: uma sensação de leveza, de paz, que só é possível, quando nos livramos de todas as mágoas que acumulamos, depois de entendermos finalmente o quanto pesam e retardam nossa caminhada.



segunda-feira, 27 de maio de 2013

SÃO FRANCISCO

"O que temer? Nada.
A quem temer? Ninguém.
Porquê? Porque aqueles que se unem a Deus obtém três grandes privilégios: onipotência sem poder; embriaguez sem vinho e vida sem morte."

São Francisco de Assis


sexta-feira, 24 de maio de 2013

AS PEQUENAS COISAS QUE NOS PREOCUPAM




Na região do Colorado, nos Estados Unidos, existem ruínas de uma árvore gigantesca. Os naturalistas afirmam que a imensa árvore permaneceu em pé durante quatrocentos anos. Ao longo de sua vida,os raios golpearam-na catorze vezes e inumeráveis tempestades e avalanches de quatro séculos desabaram sobre ela.
Sobreviveu a tudo.
Um dia,porém,  um exército de insetos a atacou. Abriram caminho pelo tronco  e, aos poucos, com seus fracos mas constantes ataques, destruíram o vigor da árvore e, finalmente, atirou-a por terra.

Um gigante da floresta que resistira a tudo, fora afinal aniquilada por insetos tão insignificantes.

Esta história foi contada pelo dr. Harry Emerson Fosdick. Ela nos ensina a não nos deixarmos perturbar por ninharias, pelos ‘pequenos insetos’ que nos afligem a mente e o nosso coração.
Claro que não devemos exagerar a importância das pequenas coisas que nos aborrecem e desgastam. Mas também não devemos subestimar o poder de destruição de tais coisas. Nem todos os ‘insetos’ estão em nossa cabeça. O ataque pode vir de fora. O que podemos fazer é nos prevenirmos, como pudermos, não nos deixar pegar de surpresa e manter distância do que nos é prejudicial, criando estratégias de defesa e fortalecendo-nos física e moralmente.

Não precisamos nos tornar defensivos perpetuamente, o que tiraria de nós a espontaneidade e a alegria das relações. Precisamos apenas nos manter atentos e vigilantes.


De fato de vemos deixar de lado e esquecer o que é insignificante e devotar nossa vida a coisas que valham a pena: afeições reais e empreendimentos duradouros. (palavras de Disraeli, nos livro "Como evitar preocupações e começar a viver" de Dale Carnegie.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

A PRIMEIRA AMIZADE

Ah...A Auto Estima!


   " ....A primeira amizade precisa ser consigo mesmo,
   Mas muito raramente se encontra uma pessoa que seja amistosa consigo mesma.
   ...Ensinaram-nos a condenar a nós mesmos. O amor-próprio foi considerado como um pecado. Não é.
   Ele é a base de todos os outros amores, e é somente através dele que o amor altruísta é possível.
   Como o amor-próprio foi condenado, todas as outras possibilidades de amor desapareceram.
   Essa foi uma estratégia muito ladina para destruir o amor.
   É como se você dissesse a uma árvore: "Não se alimente da terra, isso é pecado.
   Não se alimente da lua, da chuva, do sol e das estrelas; isso é egoísmo.
   Seja altruísta, sirva outras árvores".
   Parece lógico, e esse é o perigo.
   Parece lógico: se você deseja servir os outros, sacrifique-se; servir significa sacrificar-se.
   Mas, se uma árvore se sacrificar, ela morrerá e não será capaz de servir nenhuma outra árvore;
   de maneira nenhuma será capaz de existir.
   Ensinaram-lhe: "Não ame a si mesmo".
   Essa foi praticamente a mensagem universal das pretensas religiões organizadas.
   Não de Jesus, mas certamente do cristianismo; não de Buda, mas do budismo.
   Este foi o ensinamento: condene a si mesmo, você é um pecador, você não tem valor.
   E, por causa dessa condenação, a árvore do ser humano se retraiu, perdeu o brilho, não pode mais festejar.
   As pessoas vão dando um jeito de se arrastar, não têm raízes na existência - estão desenraizadas.
   Elas estão tentando prestar serviço aos outros e não podem, porque nem foram amistosas consigo mesmas.
   ...Eu não tenho nenhuma condenação, não crio nenhuma culpa em você.
   Eu não digo: "Isto é pecado".   
   Eu não digo que o amarei só quando você preencher certas condições.
   Eu o amo como você é, porque essa é a maneira que uma pessoa pode ser amada.
   Eu o aceito como você é, porque sei que esse é o único modo que você pode ser.
   É assim que o todo desejou que você fosse. É como o todo destinou-o a ser.
   Relaxe e aceite-se e alegre-se - e então vem a transformação.
   Ela não vem através de esforços.
   Ela vem pela aceitação de si mesmo com tal profundidade de amor e felicidade,
   Que não há nenhuma condição, consciente, inconsciente, conhecida ou desconhecida.
   O amor é alquímico. Se você se amar, a sua parte feia desaparece, é absorvida, é transformada.
   A energia é liberada daquela forma.
   Todas as coisas chamadas de pecado simplesmente desaparecem.
   Eu não digo que você tenha que mudá-las; você tem que amar o seu ser, e elas mudam.
   A mudança é um sub-produto, uma consequência.
   Ame-se. Esse deveria ser o mandamento fundamental.
   Ame-se. Tudo o mais se seguirá, mas este é o alicerce.

Osho é um dos mestres espirituais mais provocativos do século XX. Desde os anos 70, ele chamou a atenção de todos que se interessavam por meditação e técnicas de autoconhecimento.
Mesmo depois de sua morte, em 1990, seus ensinamentos continuam se difundindo pelo mundo, influenciando buscadores de todas as idades e países.


Do link www.redeaquarius

RENOVAÇÃO



           Com um suspiro resignado, ela tomou nas mãos as aflições do dia e, dobrando-as cuidadosamente, com o respeito e a tristeza que se tem pelas roupas de alguém que já se fora, colocou-as na gaveta da memória.
           Fechou-a e ouviu o gemido do velho móvel que rangia sob o peso das lembranças acumuladas.
          Vestiu o pijama de flores miúdas e alegres e, como quem troca de pele e de corpo, sentiu-se mais jovem, esperançosa ainda. E mergulhou no sono, macio e morno, como em um edredon feito de penas e flocos de algodão.
          O sono, sem tardar, desceu sobre ela como uma bênção, uma presença amiga, com mãos de afago.
          Em sua mente, como em uma tela em branco, criou imagens alegres de campos e flores, de dias claros, levemente aquecidos por um sol radiante, mas suave. Tudo que suas mãos físicas hesitantes e tremidas não ousavam desenhar, sua imaginação, com rápidas pinceladas, criava com a ousadia dos que finalmente se dispõem a acreditar em si como parte de algo maior, infinito e poderoso.
         Tal como Alice no país das maravilhas, mas e, um lugar realmente maravilhoso, pois na sua história, todos que encontrava eram gentis, sem presenças concebidas a partir das próprias sombras internas, ela percorria confiante e sem sustos.
         Porque o seu sonho era bom. 
        Ela o conduzia por caminhos seguros e largos.
        Amanheceu aos poucos, sem sobressalto nem apatia: de ânimo leve e repousada.
        Levantou e não sentiu a mão pesada e apertada sobre o peito, como nas outras manhãs.
        Foi até a gaveta onde guardara bem dobradas suas aflições, enxovalhadas e puídas de tanto uso.
        Nada restara delas.
        Da gaveta, em vez dos trapos, borboletas de seda saltaram para fora, num vôo delicado e suave.

        Abriu a janela e ficou ali, vendo-as sumir no azul.


segunda-feira, 20 de maio de 2013

BONDADE




“Encontro, num mesmo indivíduo, de várias virtudes... generosidade, doçura, compaixão, benevolência e,às vezes, o amor.”
“Um amor sem bondade... não é de modo nenhum, uma virtude, ao passo que uma bondade sem amor (fazer o bem aos que nos são indiferentes, e até àqueles que detestamos) nem por isso deixa de ser boa.”
Dicionário Filosófico de Andre C. Sponville.

É tudo uma questão semântica no fim de contas. Para mim o amor pressupõe bondade, pois alguém que não é bom poderia saber amar? Ou de que outro tipo de amor o autor fala?
No entanto concordo com a ideia de que pode haver bondade sem amor. Ou seja, o ato de bondade pode ocorrer, mesmo quando dirigido a pessoas a quem não amamos. E é nisto que está o mérito. A bondade como uma virtude a ser exercitada por qualquer um que tenha a consciência de quanto ela é necessária para melhorar nosso mundo. O nosso e o dos outros. Por que a bondade contagia e cura.
O amor, como sentimento, não pode ser imposto, nem ensinado. Não se disfarça na benevolência. Ele simplesmente se revela, não precisa ser dito, pois é como um clarão na alma. E como tal, basta ser apenas sentido e contemplado.
O amor é divino.
A bondade é humana. Todos podemos ser bons e devemos sê-lo.


sexta-feira, 17 de maio de 2013

FELICIDADE - COMO ENCONTRÁ-LA

Como encontrar a felicidade?
Na obra "Meditações" de Marco Aurélio, diz o seguinte:

"Se concentras teus esforços no presente, seguindo a reta razão seriamente, vigorosamente, calmamente, sem permitir que nada mais te distraia e mantendo puro teu Gênio interior, como se tivesses de devolvê-lo imediatamente; se te aplicares a isso, nada esperando, nada temendo e satisfeito com tua atividade presente ... viverás feliz. E ninguém será capaz de impedir isso."

"Os homens buscam retiros para si em casas no campo, na beira do mar, e nas montanhas; e tu também tens desejado intensamente estas coisas. Mas esta é a marca do tipo mais comum de homens; porque está em teu poder, sempre que quiseres, retirar-te para dentro de ti mesmo" 

"O homem não pode retirar-se para nenhum lugar em que encontre mais paz ou esteja mais livre de problemas do que quando se retira para dentro de sua própria alma, especialmente quando ele tem dentro de si um tipo de pensamentos que, quando olha para eles, ele alcança imediatamente uma perfeita tranqüilidade. 
E eu afirmo que a tranqüilidade não é nada mais que a boa ordenação da mente."

"Dá a ti mesmo constantemente este retiro, pois, e renova-te; e que os teus princípios sejam breves e fundamentais, de modo que, assim que tu recorras a eles, serão suficientes para purificar tua alma completamente, e para libertar-te novamente de todo descontentamento com as coisas." 


Fala sobre o poder que as coisas materiais tem sobre alguns homens, sobre o descontentamento com a maldade no mundo, sobre os tormentos que o desejo de fama tem sobre as pessoas, sendo as razões, entre outras,  para a sua  infelicidade. e diz no fim: "fica quieto."


"Vê como tudo é rapidamente esquecido, e olha para a névoa do tempo infinito de cada lado do tempo presente, e o caráter vazio do aplauso, e a mutabilidade e ausência de critério por parte daqueles que fingem elogiar, e a estreiteza do espaço dentro do qual o elogio está limitado,

 e fica quieto. 
Porque toda a Terra é um ponto, e como é pequeno este recanto em que vives, e como são poucos os que vivem nele, e que tipo de gente é que está te elogiando."


"Isso, então, é o que permanece: lembra-te de fazer o teu retiro dentro deste teu pequeno território próprio, e sobretudo não te distraias nem fiques tenso, mas permanece livre, e olha para as coisas como um homem, como um ser humano, como um cidadão, como um mortal."



Biografia de Marco Aurélio,o mais sábio de todos os Imperadores Romanos. Um Homem acima do seu Tempo

quinta-feira, 16 de maio de 2013

DA CONVIVÊNCIA HUMANA



De manhã cedo, dize logo a ti mesmo: 
“Encontrarei um indiscreto, um ingrato, um arrogante, um trapaceiro, um invejoso, um egoísta. 
Tudo isso lhes advém da ignorância do bem e do mal. 
Mas eu, tendo reconhecido que a natureza do bem é a virtude e a do mal é o vício, e que o pecador é por natureza meu parente - não do mesmo sangue ou semente, mas pela inteligência e por participar de uma parcela da divindade - não posso considerar-me ultrajado por qualquer um deles. Nenhum deles me contaminaria com o vício. 
Não posso tampouco irritar-me contra meu parente nem odiá-lo; pois fomos feitos para cooperar, assim como os pés, como as mãos, como as pálpebras, como as fileiras superior e inferior dos dentes. 
Agir como adversário é, então, contra a natureza. 
E é ser adversário irritar-se com os outros e evitá-los."


Este texto, extraído de "Meditações" de Marco Aurélio, o imperador filósofo, me fez pensar no quanto de bem faria ao mundo se cada um refletisse no fato de que fazemos parte do todo e que a luz de cada um deve e pode acrescentar mais luz uns aos outros. A sombra que lançamos sobre os outros faz sombra sobre nós também. A inveja, a raiva que sentimos nos contamina também.  

Somos responsáveis uns pelos outros. como cada uma das partes de nosso corpo é responsável por cada uma das outras partes que nos compõem.  Somos uma unidade.
A trama e a urdidura de um mesmo tecido humano.
Assim é com nosso irmão, família, amigos, vizinhos, conhecidos ou não. Somos parentes, não iguais, mas estamos entrelaçados. E um elo que se rompe, afeta toda a corrente de vida.
Chegará o dia em que, em vez de competir, passaremos a  cooperar uns com os outros, num esforço conjunto para tornar o mundo melhor e,em vez de criticar, julgar, tentaremos simplesmente  compreender uns aos outros, buscando uma convivência mais harmoniosa?

quarta-feira, 8 de maio de 2013

AMAR E GOSTAR NÃO SÃO A MESMA COISA.




A gente pode amar e não gostar no entanto.

Gostamos do que nos agrada,
Do que sintoniza conosco,
Do que não diverge de nós.
Gostamos do que compreendemos
E não do que nos causa espanto
E desconforto.
E exige demais de nosso entendimento.
Gostamos de poder adormecer
Sem interrupções,
De poder acordar sem sobressalto.

Gostamos de quem nos ouça
E não nos interrompa
A todo o instante,
Nem sempre em voz alta,
Mas com aquele olhar silencioso
E que te faz calar.

E, no entanto, amamos
Mesmo sem a devida sintonia,
Mesmo quando não entendemos,
Porque de repente compreendemos,
E a compreensão se faz pela linguagem do coração.
Quem ama aprende com o ser que ama:
Compreende,
E aceita,
Ainda que perplexo,
Com a força deste sentimento,
Que não sabia ser possível.

Quem ama,
Mesmo quando dorme,
Permanece atento, vigilante,
E escuta o chamado
Do ser amado
Antes que se faça.

Quem ama
Ouve, não interrompe,
Embora o deseje, às vezes,
Pois instintivamente conhece
A sabedoria do silêncio necessário.

Quem ama não se ressente
Quando não é amado na mesma medida,
Porque seu amor não tem medidas
E é impossível alcançá-lo.

Amar é algo que se começa a aprender
Quando o filho vem
Para nos ensinar.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

SIMPLICIDADE


O texto abaixo foi-me enviado por e-mail e transcrevo-o aqui, tomando a liberdade de resumi-lo um pouco. Acho importante ver as mudanças que estão ocorrendo, em nome de uma busa por uma vida mais simples. Será algo fácil?

Em nome da simplicidade do ser, homens e mulheres, de idades diferentes, chacoalharam esses velhos conceitos cada vez mais impostos à sociedade e optaram, sem culpa e com leveza, por uma vida simples. Acreditam que precisam de pouco para se satisfazer e asseguram que o lucro com tudo isso não se vende nem se troca, e tem nome: felicidade.
Não se trata de um movimento, mas um fenômeno sem causa única e nenhuma regra. Essas pessoas estão, aos poucos, caminhando por conta própria em busca da simplicidade, sem fazer publicidade disso. Alguns mudaram de cidade, outros conseguiram isso morando em uma capital como Belo Horizonte. E não estão sós. A tal simplicidade já chama a atenção do mundo, já que grandes homens, que poderiam esbanjar mordomias, disseram “não” a elas e a tudo que elas remetem.
O papa argentino Francisco despertou a simpatia dos católicos e até mesmo de quem não segue a religião, por quebrar protocolos da Igreja. Sabe-se que antes de chegar ao cargo mais alto da instituição, no dia 13, quando foi escolhido como papa, ele andava de metrô e ônibus por Buenos Aires e cozinhava a própria comida. Já como líder do catolicismo, ele dispensou o carro oficial ao celebrar uma missa e caminhou pelas ruas, aproximando-se mais do povo.

“Hoje, o que predomina é o consumismo mais exacerbado, mas se há grupos buscando essa simplicidade é um sintoma de que essa exaustão das buscas frenéticas acaba não levando a lugar nenhum”, comenta o psicólogo, psicanalista e doutor em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Roberto Drawin.

Mas quem decide viver com o que é necessário nega o que hoje é tão valorizado, como a corrida disparada pelos melhores celulares, casa, carros e as mais belas joias. E acaba consciente de que o tempo e a energia investidos para a aquisição de coisas podem minguar as oportunidades de conviver com o outro, de buscar a espiritualidade, autoconhecimento e senso de comunidade. É como se essas pessoas se abrissem mais para o mundo ao seu redor e dissessem: “Desapeguei”. Talvez por isso, elas são serenas, sorridentes e leves, vivendo somente com o necessário, aquilo que para elas é essencial.
Esse desapego e vontade de viver somente com o que precisa não é algo que a humanidade conheceu hoje. O psicólogo, psicanalista e doutor em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Carlos Roberto Drawin destaca que esse comportamento é antigo e vem desde antes do cristianismo. “Vem de uma sabedoria grega. Não é só no sentido de não ter bens materiais, mas não transformá-los em uma tirania.” Ele conta que existia uma corrente da filosofia grega, o chamado estoicismo, que mostrava que o homem só atinge a felicidade se ele for livre, ao se livrar das dependências dos bens materiais. 
Professor do curso de ciências sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUC Minas), Ricardo Ferreira Ribeiro diz que hoje as pessoas fazem um esforço danado para ter renda e, por outro lado, geram um estresse, acúmulo de trabalho e problemas de saúde. “A opção pela vida simples tem sido mais singela, há menos requinte, mas exige menos esforços
Não é preciso sair da capital ou se dedicar integralmente ao sacerdócio para ter uma vida simples. Essa opção de vida, apesar de a luta ser ainda maior, é bem possível na cidade grande, mesmo com as tentações do consumo e seus exageros bem próximos. A simplicidade, muitas vezes, está na essência da alma e em atitudes conscientes, e não é preciso radicalismo para chegar até ela.  

Este mês, o New York Times publicou um artigo sobre a vida de Graham Hill, que vive em um estúdio de 420 pés. Ele tem seis camisas, 10 tigelas rasas que usa para saladas e pratos principais. Não tem um único CD ou DVD. Era rico, tinha uma casa gigantesca e cheia de coisas – eletrônicos , carros e eletrodomésticos. “De uma certa forma, essas coisas acabaram me consumindo”, disse na entrevista. Em 1998, em Seattle, vendeu sua empresa de consultoria de internet, Sitewerks, por muito dinheiro e passou a comprar muito. Entre as compras, um Volvo preto turbinado. Mas tudo isso passou a incomodá-lo e a ficar sem graça. E ele decidiu viver somente com o essencial.
Este texto, creio que é de Luciane Evans do estado de Minas.