quarta-feira, 26 de setembro de 2012

EGO

fotografia que tirei de minha filha, quando ela tinha 20 anos, mais ou menos.

Achei o artigo abaixo interessantíssimo para quem deseja conhecer-se, bem como conhecer aqueles com quem se convive e a quem se ama, respeitando as suas individualidades.
Tomei a liberdade de sublinhar o que me  pareceu mais significativo, omitir alguma coisa sem prejudicar o conteúdo, e escrever em itálico e entre parênteses observações pessoais.

“O primeiro ponto a ser compreendido é o ego.

Uma criança nasce sem qualquer consciência de seu próprio eu. E quando uma criança nasce, a primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma;

 A primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro.
Isso é natural, porque os sentidos abrem-se para fora.
Assim, quando uma criança nasce, ela abre os olhos e vê os outros. O outro significa o 'tu'. Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, ela se torna consciente de seu próprio corpo. Esse também é o 'outro'...
 Ela está com fome e passa a sentir o corpo; quando sua necessidade é satisfeita, ela esquece o corpo. É dessa maneira que a criança cresce.

Primeiro ela se torna consciente do outro, e então, pouco a pouco, contrastando com este outro, ela se torna consciente de si mesma.

 Essa consciência é uma consciência refletida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que ela pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se a mãe aprecia a criança, se diz 'você é bonita', se ela a abraça e a beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. Assim, um ego começa a nascer.

Por meio da apreciação, do amor, do cuidado, ela sente que é ela boa, ela sente que tem valor, ela sente que tem importância.
Um centro está nascendo. Mas esse centro AINDA é um centro refletido. Ele não é o ser verdadeiro. A criança não sabe quem ela é; ela simplesmente sabe o que os outros pensam a seu respeito.

E esse é o ego: o reflexo, aquilo que os outros pensam.
Se ninguém pensa que ela tem alguma utilidade, se ninguém a aprecia, se ninguém lhe sorri, então, também, um ego nasce - um ego doente, triste, rejeitado, como uma ferida, sentindo-se inferior, sem valor. Isso também é ego. Isso também é um reflexo."

(ao sentir-se inferior também está refletindo o sentimento, a opinião dos outros sobre ela. E isto não é o que ela é. É o ego distorcido que se formou em contato com a visão distorcida dos outros.)


"Primeiro a mãe. A mãe, no início, significa o mundo. Depois os outros se juntarão à mãe, e o mundo irá crescendo. E

quanto mais o mundo cresce, mais complexo o ego se torna, porque muitas opiniões dos outros são refletidas."


"O ego é um fenômeno cumulativo, um subproduto do viver com os outros.
Mas Se uma criança vive totalmente sozinha, ela nunca chegará a desenvolver um ego. Isso não vai ajudar. Ela permanecerá como um animal.... Ela não virá a conhecer o seu verdadeiro eu.

No entanto...

O verdadeiro só pode ser conhecido por meio do falso, portanto, o ego é uma necessidade. Temos que passar por ele. Ele é uma disciplina. 
Você não pode conhecer a verdade diretamente."

(Primeiro você tem que ... reconhecer o que é falso e distinguir do que é verdadeiro.. Por exemplo: Se alguém omitir uma opinião sobre você, mas, pelo conhecimento de si mesmo que aprendeu a desenvolver através do exame consciencioso de si mesmo, irá aceitar ou não o que é dito sobre você. Você então saberá quem verdadeiramente é. não uma sombra, nem um reflexo, mas um ser real.)

Se você conhece o falso como falso, a verdade nascerá em você.
(E como já foi dito: A verdade de libertará.)

"O ego é uma necessidade social, é um subproduto social.

A sociedade significa tudo o que está ao seu redor, não você, e tudo que o rodeia irá refletir você. Você irá à escola e o professor refletirá quem você é. Você fará amizade com as outras crianças e elas refletirão quem você é.
Pouco a pouco, todos estarão adicionando algo ao seu ego, e todos estarão tentando modificá-lo, de modo que você não se torne um problema para a sociedade.
Eles não estão interessados em você. Eles estão interessados na sociedade. A sociedade está interessada nela mesma. Eles não estão interessados no fato de que você deveria se tornar um conhecedor de si mesmo. Interessa-lhes que você se torne uma peça eficiente no mecanismo da sociedade.
 E toda criança deve ser educada de tal forma que ela se ajuste à sociedade, porque a sociedade está interessada em membros eficientes.


(No entanto penso que podemos ser membros mais eficientes se formos felizes e para isto, temos de ser integrados, plenos, verdadeiros. E para isso precisamos nos tornar conscientes do que somos. Respeitando nosso verdadeiro Eu, poderemos  respeitar e considerar os outros como eles são.)


Ensinam-lhe a moralidade.  
Moralidade significa simplesmente que você deve se ajustar à sociedade.

Se a sociedade estiver em guerra, a moralidade muda. Se a sociedade estiver em paz, existe uma moralidade diferente.
A moralidade é uma política social. É diplomacia.

A sociedade não está interessada no fato de que você deveria chegar ao auto-conhecimento."

A sociedade cria um ego porque o ego pode ser controlado e manipulado. O eu nunca pode ser controlado e manipulado.

A criança necessita de um centro; a criança está absolutamente inconsciente de seu próprio centro. A sociedade lhe dá um centro e a criança pouco a pouco fica convencida de que esse é o seu centro, o ego dado pela sociedade."

(E quanto dela fica na sombra neste processo de ajustamento. Regras e limites são necessários na convivência com os outros, como cercas que separam pátios vizinhos. Mas deve haver um portão que lhe dê acesso ao seu interior, para que ela possa descobrir a si mesma).


"Uma criança volta para casa. Se ela foi o primeiro lugar de sua sala, a família inteira fica feliz. Você a abraça e beija; você a coloca sobre os ombros e começa a dançar e diz 'que linda criança! você é um motivo de orgulho para nós.' Você está dando um ego para ela, um ego sutil. E se a criança chega em casa abatida, fracassada, foi um fiasco na sala - ela não passou de ano ou tirou o último lugar, então ninguém a aprecia e a criança se sente rejeitada. Ela tentará com mais afinco na próxima vez, porque o centro se sente abalado.

O ego está sempre abalado, sempre à procura de alimento, de alguém que o aprecie... Você obtém dos outros a idéia de quem você é.

Mas...
O centro verdadeiro está dentro de você.

 Ninguém o modela. Você vem com ele. Você nasce com ele."
(A partir do momento em que se encontra o próprio centro, nada poderá abalar o que somos. Estaremos nutridos, plenos, pois aprenderemos a nos apreciar e a nos respeitar).

Osho, em "Além das Fronteiras da Mente"
Fonte: Osho Brasil - http://www.palavrasdeosho.com/2009/05/ego-o-falso-centro.html





sábado, 22 de setembro de 2012

RETRATO DE MIM


                                       meu olhar de criança desatento ainda
 sete anos nuvens e sonhos
Me faço
E desfaço

Pedaços
No espaço
Escasso
De mim.

Em trêmulos traços
Me traço enfim.

Meus olhos
São baços.

Vidraças
varridas pelo vento,
onde a poeira escorre
como lágrimas sujas
depois da chuva.

Meus braços
tão longos,
são hastes 
sem flor.

Meus braços
vazios,
Sem abraços
De amor.

Ah! 
Onde?
Onde foi que perdi a estrela
Que havia na ponta do meu pincel?

(pequeno poema escrito há muito... muito tempo)




olhar de adolescente que um dia fui quando ainda vivia nas nuvens  

em sépia
muito cedo já  adivinhava incertezas


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

FILHO

“Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem.
Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.
Perder?
Como?
Não é nosso, recordam-se?
Foi apenas um empréstimo!"

Aline - tela



Texto de José Saramago



domingo, 16 de setembro de 2012

LIBERTE-SE.


O Homem é grande ou pequeno de acordo com seus sonhos e sua comodidade.

Não podemos transformar-nos naquilo que não somos. Mas podemos desenvolver o que somos potencialmente.
Um pássaro não pode ser transformado em peixe e vice-versa.
Mas um pássaro confinado não desenvolve a força de suas asas... ou a 'ousadia'. 
Pode sair ferido ou nem mesmo sobreviver.
peixinho triste
assim somos nós...

Os pais e educadores precisam encontrar um meio de oferecer o ambiente para que o vôo aconteça.
Não se trata somente de espaço físico, pois o crescimento acontece dentro, na dimensão da alma.


Li o seguinte:
"A carpa japonesa (koi) tem a capacidade natural de crescer de acordo com o tamanho do seu ambiente. Assim, num pequeno tanque, ela geralmente não passa de cinco ou sete centímetros, mas pode atingir três vezes esse tamanho, se colocada num lago.
 


Da mesma maneira, as pessoas têm a tendência de crescer de acordo com o ambiente que as cerca. Só que, neste caso, não estamos falando de características físicas, mas de desenvolvimento emocional, espiritual e intelectual.

Enquanto a carpa é obrigada, para seu próprio bem, a aceitar os limites do seu mundo, nós estamos livres para estabelecer as fronteiras de nossos sonhos. Se somos um peixe maior do que o tanque em que fomos criados, em vez de nos adaptarmos a ele, devíamos buscar o oceano mesmo que a adaptação inicial seja desconfortável e dolorosa.

Pense nisto. Existe um oceano esperando por você, portanto, jamais se acomode, não aceite limitações nem dificuldades. Lute corajosamente contra todas as adversidades e sentirá a agradável sensação de saber que VOCÊ É CAPAZ."

animação de minha autoria


Recebi este texto por e-mail. Desconheço o autor.




Liberte-se. 
Pule fora do aquário
salte, bem alto,
fora de seus limites de vidro.
tente alcançar o mar ou um lago.

Dê o seu salto,
jogue-se,

          ainda que fique,
por um instante, 
sem respirar.

                                                      Vânia

domingo, 9 de setembro de 2012

NÃO DÊ GUARIDA A TRISTEZA

Não dê guarida a tristeza.
Mas
Quando ela vier, receba-a,
Compassivamente.
A tristeza desprezada transforma-se em ira,
A  ira guardada adoece quem a sente.

Não a negue, 
Pois irá envolvê-lo e encontrá-lo onde quer que você se encontre, 
Perseguidora implacável e obsessiva.
Não a desconsidere.
Ela insistirá... travestida em formas invisíveis,
Que insidiosamente invadirão os espaços de sua alma
não deixando lugar para a alegria.

Ouça-a,
para que se sinta plenamente justificada,
Se você a desvendar, saberá como lidar com ela.

Observe-a,
Para que saiba o que a trouxe e a que veio.
Pode ser que tenha vindo do passado que não é este agora,
Um passado no qual você não viveu ...talvez...mas a que você pertence
Como pertencem as folhas da árvore
Às raízes mais fundas.

Não a negue,
Você faz parte do que a motivou.
Não é causa, mas é consequência.

Não a rejeite,
Receba-a com seu coração,
Mas não em seu coração.
Não lhe dê guarida.

Acolha-a em suas mãos,
Mas não a aprisione.
Não lhe pertence,
Pois é sombra do que passou.
As sombras não podem ser retidas.

Acolha-a movido de compaixão
Para que saiba que você se importa. 

Diga-lhe que sente muito por ela ter tido de existir.
E liberte-a,
Como um pássaro feito de levíssima penugem
e paina e plumas.

Para que voe.
E em seu vôo se dissolva.
E se espalhe
Em nova sementeira.




sábado, 8 de setembro de 2012

NÃO ACEITE MENOS QUE O AMOR



Não aceite menos que o amor.
Não o negue.
Ele existe.
Só porque você não o vê
Não significa que ele não exista.
Apenas significa que você não o encontrou...
Ainda.

Não aceite menos que o amor,
Não se iluda com falsos amores,
Sensações passageiras disfarçadas de amor.

Sensações são fugidias
O amor permanece,
Apesar de tudo...
De frustrações, decepções, perdas
Apesar da dor de achar tê-lo perdido,
Quando sequer o encontrou...
Ainda.

O amor existe
Embora às vezes diga que não,
Por achar que ele o feriu.

Não foi o amor a causa disto,
Foi a falta dele
E isto não é amor,
É carência.
Não foi seu excesso,
Pois isto também não é amor,
É doença.

O amor se basta.
Alimenta-se de si mesmo,
Não do ser amado

Não precisa de muito,
Pois tem de sobra.
É rico e generoso

Não desdenhe do amor
Como o descrente desdenha do que não consegue ver.

O amor é como Deus.
Não poder vê-lo
Não prova sua inexistência.
Apenas prova que você não o reconheceu
Quando ele veio ou
Que não o encontrou...
Ainda.

Ele deve estar lá
No lugar invisível ao olhar demasiadamente humano.

Não aceite menos que o amor,
Nem menos,
Nem mais.

Espere por ele,
Pois quando ele vier,
Terá valido a pena.

Por isso
Não se deixe enganar
Por falsos amores...
Eles nada são.
Não aceite menos que o amor...
O amor é tudo.