quinta-feira, 13 de junho de 2013

EU QUERO A PERFEIÇÃO DA HORA SOSSEGADA


Eu antes tinha pressa.
Ainda tenho
Porque hábito é coisa séria e teimosa.

Habituei-me a ter pressa.

Agora
Me seguro
Para não tropeçar nos ponteiros das horas.

Se o momento é bom,
Mastigo devagar, 28 vezes,
Com delicadeza,
Para sentir o gosto que ele tem.

Se não é bom,
Nem engulo
Como fazia antes.

Se der, reciclo.
Se não, deleto.

...nem sempre consigo, fácil assim...

Tento não ter mais tanta pressa.
Não é ela inimiga da perfeição?

E eu quero a perfeição
Da hora sossegada,
Da pausa prolongada
No momento presente.

Não retenho o tempo,
Que não me pertence.
Mas não o apresso,
pois quero senti-lo plenamente,
passando através de mim.

Tento me deixar levar como essas folhas de outono
Que enfeitam a calçada,
Rezando para que não sejam varridas.

Vou resvalando pelo dia,
Sem me preocupar demais com o que fiz ou deixei de fazer.
E quando a noite vem,
Embarco no barco do sonho

E navego... por onde não sei.

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