terça-feira, 22 de outubro de 2013

UM POEMA QUE SE CONTINUA, DE PEDACINHO EM PEDACINHO

Quisera enlaçar-te
no laço
do abraço...
trazer-te de volta,
outra vez criança..


Segues
em tua propria linha de tempo...

E em meu tempo
paralelo ao teu,
te sigo
e persigo,
sem te alcançar,

após.
Há pós
de estrelas no teu rastro.

poeira iluminada de astros,
que compõem teu retrato.


Descubro que não há lugar
para mim
em mim.

No espaço atravancado
de tralhas e trastes,
trancada per ma ne
ço
só.
tenho uma trave
atravessada na garganta.
não ouso cantar.

há trancas na janela de minha alma.
ainda há em mim uma criança
que clama
e reclama e não se acalma,
que está só
e soluça.


Um fiapo de luz
espreita pelas frestas
da janela.

E a luz bailarina
em rodopios dourados,
vestida de poeira
entra e dança.
leve e mansa.

Eu me alterno
terna, tão terna;
triste e tão tensa..

Ora te acolho,
e ora me recolho
nas profundezas de mim.

Ah! Esta alternância
entre luz e sombra,
na alma que, ora
se esconde e chora,
ora requebra e canta.

Mas vê...
novas formas recriei
na argila umedecida.
Novas canções compus
com as mesmas notas
mas em oitavas mais altas.

É minha nova canção,
Eu mesma fiz
com toda a delicadeza
de que fui capaz.

Escuta
Tem um som de chuva e vento,
um som de cachoeira
borbulhante,
descendo por entre o sulcos,
que o tempo foi arando
na lavra do coração.









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