quinta-feira, 28 de março de 2013

ALEGRIA


      Alegria é o que sentimos quando entramos em harmonia com os movimentos de nossa alma...
      A alegria que resulta da harmonia com esse movimento é calma. Ela repousa em si mesma e é valiosa.
      Essa alegria é sem segundas intenções e sem pesar, pois está em sintonia. Ela está, até mesmo, em harmonia com a culpa e suas consequências. Por mais estranho que possa parecer, quando alcançamos a harmonia com a culpa, conseguimos experienciá-la como algo divino.
     Nessa alegria não sentimos o desejo de que algo seja diferente do que nos é dado... 
    Quando conseguimos concordar com nosso destino e com tudo que ele exige e, até mesmo, com a culpa daqueles que nos são caros, permanecemos dentro dessa alegria.
    Na presença de pessoas que estão dentro dessa alegria, nós nos tornamos calmos e concentrados e achamos o caminho para o essencial, para o nosso próprio centro.
    Essa alegria tem algo a ver com plenitude. Dentro dela sentimo-nos completos.

         Este trecho faz parte do livro "Liberados somos concluídos" de Bert Hellinger.

Não sei se posso dar uma interpretação correta ou aproximada do texto acima, do qual exclui algumas palavras, mas entendi que...
Alegria é antes de mais nada um estado de harmonia interna, obtida, quando aceitamos com calma o que acontece dentro e fora de nós, em vez de tentar mudar insistentemente o curso dos acontecimentos e de tentar controlar o que sentimos.
Lembro de um fato que quase me custou a vida. Aventurei-me mar a dentro e uma onda inesperadamente gigante ergueu-se a minha frente, pronta a me soterrar. Lembro de pensar, em questão de segundos, que se lutasse para fugir, não conseguiria e o pânico me roubaria o ar que eu precisava guardar em meus pulmões, para o tempo em que ficaria mergulhada, sem poder vir à tona. Enchi meus pulmões de ar e me deixei afundar, sem me debater. A onda veio, virou-me do avesso, rodei como um pião, por um tempo que me pareceu interminável, até que... passou. Eu estava viva. Entrara em sintonia com a onda. Não lutara.

E sobre entrar em harmonia com a culpa e suas consequências, devo dizer que hoje estou me treinando para conseguir isto. Procuro libertar-me de julgamentos a meu respeito e de outros. A culpa é de todos e de ninguém. Acontece. Negá-la não liberta; assumi-la como uma fardo, também não. É preciso olhá-la de frente, aceitá-la, não com indiferença, mas como algo com que temos de lidar, como o bloqueio em uma estrada a ser removido, tal como um tronco de árvore caído, para poder seguir em frente.
Sofremos não porque nosso destino é diferente do desejado. Sofremos porque estamos vazios, incompletos, vivendo a vida de outros, de lembranças e preocupações relativas a um futuro do qual nem sabemos nada, desviados de nosso próprio centro: afastados de nossa essência. 
Sofremos, porque desejamos. Desejamos porque não estamos plenos.
Nosso destino não é uma carreira, um casamento bem sucedido, ou outra coisa qualquer que nos dê prestígio e poder. Nosso destino é a alegria E a alegria está neste instante, em estar em harmonia com o que se é.

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