sábado, 23 de fevereiro de 2013

O SOFRIMENTO




"O homem tem de lutar com o problema do sofrimento. O oriental quer livrar-se do sofrimento, expulsando-o; o ocidental procura suprimi-lo com remédios. Mas o sofrimento precisa ser superado, e o único meio de superá-lo é suportando-o. Aprendemos isso somente com Ele (o Cristo crucificado)".

Carl Gustav Jung - Princenton University Press, 1973 - vol.1, p. 236.

"A fim de que se possa cessar o sofrimento, torna-se imprescindível a aquisição de uma consciência responsável, capaz de remontar-lhe às origens, analisá-las e trabalhá-las com direcionamento adredemente planejado."
do livro Plenitude de Joanna de Ângelis.

Ainda no livro "Plenitude", está escrito que o homem, enquanto sofre, demora-se em reflexão, a partir da qual começa o reequilíbrio. Nesta reflexão o ser pode e deve fazer uma correta avaliação dos atos, o que vai permitir que ele, pela conscientização, se liberte do sofrimento. Mas o homem precisa, para isso, "escalar a montanha do esforço direcionado para a evolução, a serenidade, a harmonia."
Enfim, não é fácil alcançar a elevação moral que vai permitir ao homem melhor lidar com a dor. É preciso ser um alpinista espiritual, ter coragem, vontade e persistência no esforço de se melhorar.
Não sou estóica para 'suportar' o sofrimento, nem consigo escalar montanhas sem escorregar e levar uns tombos. Mas não gosto de sofrer, e isto me faz levantar e começar de novo. E sou curiosa. Quero entender o porquê de termos de sofrer. 
Então reflito. E leio. Neste livro encontrei muitas respostas e assim começou o processo do amadurecimento, ou crescimento espiritual. 
Aprendi que viemos para ser felizes ou para aprender a ter alegria. É isto que Deus quer. Ele não quer que soframos. Mas não pode impedir que o façamos, se insistirmos em fazer as escolhas erradas. Até quando algo nos acontece, independente de nossa vontade, podemos escolher entre sofrer mais ou menos, aceitando ou revoltando-nos com o que nos causou dor. 
Aceitar não é aguentar simplesmente, sem fazer nada. No mesmo livro 'Plenitude" diz o seguinte: "Diante de uma pessoa que foi atingida por uma seta envenenada, recomenda antiga sabedoria hindu, arranca-se-lhe a flecha primeiro, para depois tomar outra providência qualquer." Então os atos de arrancar a flecha e tomar providências depois indicam uma reação de não-passividade, de enfrentamento, mas com a maior serenidade possível, sem o impulso da raiva, para que a flecha possa ser retirada com cuidado, sem quebrar.
Não consegui pôr em prática nem uma pequena parte do que a teoria me ensinou. Mas já estou consciente de que não devo desistir. Estou a poucos metros da base da montanha da sabedoria. Falta muito para chegar ao cume. Mas já sou grata pelo pouco que alcancei. Mesmo da pouca altura em que me encontro, já consigo ter uma visão melhor do vale em que estava antes de começar a subida.
Vânia. 

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