quinta-feira, 11 de agosto de 2016

LILIPUTIANOS


Quando eu era criança tudo me parecia enorme. A casa onde cresci. O pátio (e este era mesmo). A cidade. Os adultos. E o mundo... este era o próprio Universo, não esta bolinha pendurada no céu, infinitamente pequena como um átomo de meu corpo. 
Eu me sentia como Gulliver na terra dos gigantes em Brobdingnag.
E o tempo? Se arrastava, imperceptível como a Terra ao redor do sol.
Cresci ou o mundo encolheu? 
Parei em uma curva, enquanto o tempo passou por mim acelerado, deixando em mim essa estranha sensação de urgência? 
E os homens grandes em quem eu confiava só porque eram grandes. Onde estão os grandes homens em que eu acreditava quando era criança?
Ou são minúsculos como os liliputianos de Gulliver? 
E eu? Encolhi também, enquanto meu olhar cresceu?

Hoje, às 10 horas.
 

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