Eu estava lendo um artigo de Carpinejar, e em alguns aspectos me identifiquei.
Pensei: somos todos tão iguais de certa forma.
Ele disse que o pai o chama de Wolverine.
Nas palavras dele: "pelo meu alto poder de cicatrização.
Eu me desespero e logo ressuscito, eu caio e logo levanto. Não morro de uma única vez.
Não desisto. Não me entrego mesmo que não veja a saída.
Quando não há porta, eu espero no escuro até ser a porta.
A ansiedade que me enerva acaba por aumentar minha vontade
de ver de novo a luz.
Tenho fúria de viver. Não há perda que seja total.
Alguém pode me machucar
terrivelmente, mas não me leva.
Posso permanecer sequelado, mas sei cavar a
terra por dentro da terra.
Penso nos filhos, penso nos amigos, penso na
literatura e sigo adiante.
Cambalear ainda é caminhar.
A chuva lava minha
ferida e o vento seca. A carne da memória se recompõe de algum jeito.
Talvez seja
um excesso de sofrimento na infância que me preparou para o pior no futuro. Eu sobrevivi a tanta coisa."
E por aí vai.....
Ele é um sobrevivente,. como eu. Como disse o meu terapeuta.
Ele é um sobrevivente,. como eu. Como disse o meu terapeuta.
No final, ele disse não entender onde o pai enxergava as garras do Logan, e pergunta ao pai: "E as garras das mãos, pai?" E a resposta foi:
"— São as palavras, meu filho. Você se defende com a
linguagem ou se agarra nela para não morrer."
Então é por isso que escrevo, eu, Vânia, ainda que mal, na minha opinião, mas escrevo. Quando se escreve, ninguém interrompe para contestar. Mesmo que leia e ache ruim, não me impede de dizer o que eu penso. Falo e pronto.
É esta fúria de viver que irrompe, quando penso já não ter mais ânimo nenhum. É esta ansiedade que me enerva, que não me deixa ficar muito tempo em triste recolhimento e rancor. É minha ânsia por claridade, que me faz cavocar (ou cavoucar, isto existe?) até achar uma saída. Não sei quantas vezes morri de desespero e ressuscitei também de pura esperança, achando que devia tentar de novo, "pode que dê certo." Teimosa sou eu.
E sigo adiante, no ritmo das pernas que não acompanham minha fúria de viver. Cambaleando, estalando as juntas, mas caminhando, pois "Cambalear ainda é caminhar."
Oi Vânia,obrigada pela visita no meu blog,vim conhecer o teu e já fui recebida com um texto do Fabricio Carpinejar,que maravilha..gosto muito do trabalho dele, e o meu irmão Anderson foi aluno de uma oficina literária dele e tb é fã..vc é amiga da minha mãe? Bjs!
ResponderExcluirMadi. Oi.
ResponderExcluirNos conhecemos quando tínhamos 15 anos. Estudamos juntas. Ela era cheia de vida, alegre, linda; eu era mais insegura e passava choramingando de saudades da mãe. Mas tua mãe me ouvia com paciência.
Te achei parecida com ela. Adorei as fotos, conhecer tuas experiências de viagens.
O blog é uma forma de registrar coisas importantes para mim. Minhas reflexões. É uma boa terapia. Gostaria de participar de uma oficina literária. O Anderson gostou? Quanto tempo dura? Bom obrigada por visitar-me. Bjuss.
Vânia,ele fez essa oficina com o Fabricio pela Unisinos,parece que eles sempre oferecem essas oficinas literárias por lá,entre no site,deve ser na parte de extensão acadêmica,não sei ao certo mas posso perguntar a ele.A mãe me disse que vc foi muito amiga dela,que bom que se reencontraram pelo FB(eu não tenho FB,não gosto muito de mídias sociais,o blog é uma exceção!rsss)
ExcluirVC e a mãe precisam se encontrar!
Bjs!