|
Hoje eu me senti por dentro assim: sem luz, sem vida, sem idade. Hoje amanheceu dentro de mim alguém tão triste, cansada e sem vaidade.
Fui procurar por mim num outro tempo
não esquecido
da memória.
Havia a cidade, a casa,
a velha janela, mas
eu não estava lá.
Apenas
encontrei enrodilhado, entre os anéis de poeira, rodopiantes, só o
passado.
Encontrei o ar
saturado, a madeira enegrecida, lavrada pelo tempo, nada mais,
apenas.
A vidraça escorrida dos respingos de chuva ressequidos e pó.
Assim eu me senti hoje, envelhecida e só. |
No entanto
cá estou:
desenhando
borboletas
nas janelas
de meus olhos.
No entanto
cá estou,
Tramando sonhos
tecendo poemas,
colocando
flores,
cores,
na tela
da janela,
imaginada.
Envelheço
por fora.
Ah!
por dentro,
no entanto,
eu canto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário