segunda-feira, 29 de julho de 2013

SONS DO TEMPO







Em horas quietas,
quando tudo dorme,
Ouço rumores
que me vêm de longe
E que me trazem
uma saudade enorme.

São sons de coisas tão distantes,
coisas de antes, muito antes,
de eu aprender a me entristecer.

São sons guardados na lembrança boa
de um tempo que passou... não volta mais.

É o tic-tac que jamais se cansa
de um velho relógio de parede;
São certos sons serenos da rotina,
dos meus dias distantes de menina,
dias lentos, tão lentos a passar.

É a saudade que invade 
sem aviso 
o agora,
É a memória que chega,
sem se esperar, 
sem hora.

Saudade
de uma velha cadeira de balanço, 
do embalo, do colo, do aconchego,
que não encontro mais.

Ainda ouço 
o ranger das juntas da madeira
em vai-e-vem constante
até o instante de o sono vir.

Ah! Esse som
bom
de coisas
tão antigas,

de um velho relógio
e uma cadeira traz
uma vontade
de dormir,
serena,

E pra dentro da
gente
tanta paz.

Escrito há tanto tempo que já nem sei mais quanto tempo faz...

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário