quinta-feira, 22 de agosto de 2013

NA PONTA DOS PÉS.

"Dias suportáveis e submissos, nos quais nem o sofrimento nem o prazer se manifestam, em que tudo apenas murmura e parece andar na ponta dos pés.” 

Hermann Hesse


Um poema inspirado no tema acima.

Passei a apreciar a rotina
De um caminho sem desvios,
E encruzilhadas.

Não é preciso escolher o rumo,
O caminho escolhe por mim.

Cansei do improviso,
Prefiro o planejado
De antemão.
Na contra mão
Nem penso andar.

Conheci o desespero,
O temor do inesperado.
Por isso não espero.

Vivi a inquietação, o insuportável,
Tanto que o suportável,
até mesmo o tédio 
e a solidão das tardes quietas,
aprendi a chamar de paz. 


Não ouso alterar este estado de coisas,
Piso de mansinho com meus chinelos de espuma,



Nada de acordar o animal que dorme,
Tremo de pensar que
Em sua garganta há de  restar
uma força vital, que ao se soltar,
É um URRO.
Por isso cochicho,
não atravesso o limite 

do sussurro.



Hoje não corro,

para não despertar 
o sossego.
Me chego de mansinho,
com tato e delicadeza.

caminho, sem pressa,

com muita leveza,
na ponta dos pés.



Vânia - agosto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário