quinta-feira, 16 de maio de 2013

DA CONVIVÊNCIA HUMANA



De manhã cedo, dize logo a ti mesmo: 
“Encontrarei um indiscreto, um ingrato, um arrogante, um trapaceiro, um invejoso, um egoísta. 
Tudo isso lhes advém da ignorância do bem e do mal. 
Mas eu, tendo reconhecido que a natureza do bem é a virtude e a do mal é o vício, e que o pecador é por natureza meu parente - não do mesmo sangue ou semente, mas pela inteligência e por participar de uma parcela da divindade - não posso considerar-me ultrajado por qualquer um deles. Nenhum deles me contaminaria com o vício. 
Não posso tampouco irritar-me contra meu parente nem odiá-lo; pois fomos feitos para cooperar, assim como os pés, como as mãos, como as pálpebras, como as fileiras superior e inferior dos dentes. 
Agir como adversário é, então, contra a natureza. 
E é ser adversário irritar-se com os outros e evitá-los."


Este texto, extraído de "Meditações" de Marco Aurélio, o imperador filósofo, me fez pensar no quanto de bem faria ao mundo se cada um refletisse no fato de que fazemos parte do todo e que a luz de cada um deve e pode acrescentar mais luz uns aos outros. A sombra que lançamos sobre os outros faz sombra sobre nós também. A inveja, a raiva que sentimos nos contamina também.  

Somos responsáveis uns pelos outros. como cada uma das partes de nosso corpo é responsável por cada uma das outras partes que nos compõem.  Somos uma unidade.
A trama e a urdidura de um mesmo tecido humano.
Assim é com nosso irmão, família, amigos, vizinhos, conhecidos ou não. Somos parentes, não iguais, mas estamos entrelaçados. E um elo que se rompe, afeta toda a corrente de vida.
Chegará o dia em que, em vez de competir, passaremos a  cooperar uns com os outros, num esforço conjunto para tornar o mundo melhor e,em vez de criticar, julgar, tentaremos simplesmente  compreender uns aos outros, buscando uma convivência mais harmoniosa?

Nenhum comentário:

Postar um comentário