Andei estes dias estranhamente
ausente. Sem energia, emoção e risos.
Sempre fui intensa e esta ausência de
sentir era estranha para mim. Sentia-me esvaziada.
Tentei encontrar uma imagem que
representasse este estado de ser.
Eu me via como uma maratonista na
pista, só que em último lugar. Não havia como alcançar os outros, muito menos
ultrapassá-los. Sentia o desalento dos que perderam a corrida. Pensei: para que
correr se não chegarei a lugar algum?
Ou seja: para que viver?
Mas sempre reflito sobre o que sinto.
Quero entender. Decifrar-me.
Alguém me disse que a felicidade era
subjetiva. Conclui, depois de pensar muito, que não, pelo menos não era o que
eu achava. Subjetivas são as coisas que nos dão prazer, que nos fazem rir ou
ficar tristes. Felicidade é o estado de ser que faz com que nos sintamos bem, ainda
que não tenhamos estas coisas, ainda que sejamos o último na corrida,
simplesmente por fazer parte dela.
Felicidade deve ser isto: este
sentir-se grata simplesmente por estar
aqui, vivos.
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