domingo, 9 de setembro de 2012

NÃO DÊ GUARIDA A TRISTEZA

Não dê guarida a tristeza.
Mas
Quando ela vier, receba-a,
Compassivamente.
A tristeza desprezada transforma-se em ira,
A  ira guardada adoece quem a sente.

Não a negue, 
Pois irá envolvê-lo e encontrá-lo onde quer que você se encontre, 
Perseguidora implacável e obsessiva.
Não a desconsidere.
Ela insistirá... travestida em formas invisíveis,
Que insidiosamente invadirão os espaços de sua alma
não deixando lugar para a alegria.

Ouça-a,
para que se sinta plenamente justificada,
Se você a desvendar, saberá como lidar com ela.

Observe-a,
Para que saiba o que a trouxe e a que veio.
Pode ser que tenha vindo do passado que não é este agora,
Um passado no qual você não viveu ...talvez...mas a que você pertence
Como pertencem as folhas da árvore
Às raízes mais fundas.

Não a negue,
Você faz parte do que a motivou.
Não é causa, mas é consequência.

Não a rejeite,
Receba-a com seu coração,
Mas não em seu coração.
Não lhe dê guarida.

Acolha-a em suas mãos,
Mas não a aprisione.
Não lhe pertence,
Pois é sombra do que passou.
As sombras não podem ser retidas.

Acolha-a movido de compaixão
Para que saiba que você se importa. 

Diga-lhe que sente muito por ela ter tido de existir.
E liberte-a,
Como um pássaro feito de levíssima penugem
e paina e plumas.

Para que voe.
E em seu vôo se dissolva.
E se espalhe
Em nova sementeira.




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