domingo, 3 de junho de 2012

ESTRELAS CADENTES


"Você ainda se lembra das estrelas cadentes
Que como cavalos selvagens pelos céus corriam
E de repente saltavam sobre os obstáculos
Dos nossos desejos – você se lembra? E nós
Desejamos tantas coisas! Porque havia inúmeras
Estrelas: sempre que olhávamos para o céu ficávamos
Impressionados com a ousadia de suas brincadeiras,
Enquanto no coração nos sentíamos seguros
Observando aqueles corpos brilhantes se desintegrarem,
Sabendo que de algum modo sobrevivemos à sua queda."



          Poema de Rainer Maria Rilke, “Falling Stars.”


Encontrei este poema em "A menina de vidro", romance de Jodi Picoult.
O tema é sobre uma menina que nasce com 'osteogênese imperfeita', uma doença que faz com que os ossos de quem a tem se quebrem ao menor descuido. 
Mostra o quão frágil é a vida e as relações humanas, mas também mostra a força do amor, que vai as últimas consequências para tentar proteger quem se ama, mesmo que com isso tenha que 'partir-se'. 
Estrelas cadentes de algum modo, a meu ver, representam, depois da sua passagem cheia de beleza, a desintegração, a queda para depois se reintegrar e sobreviver, se possível. 
'Cavalos selvagens' saltando sobre 'obstáculos' talvez represente a coragem ou teimosia de uma mãe que luta por sua filha, mesmo a custa de arrependimentos e perdas.


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