domingo, 28 de agosto de 2016

VISITANTE DO DIA



Passa do meio dia.

Eu o espero,
pois amanheceu claro e bonito.
Sei que vem.

Vem silencioso,
Desenhando  claridades
Recortando rendas
Em meu quarto azul.

E se esparrama
em minha cama
Para o cochilo
Costumeiro da tarde.

Convida-me a deitar junto dele.
Digo que não, relutante,
Tentada pela  quentura
Suave da coberta ao toque
Do olhar.

Digo que não.
É preciso estar atenta
Para que o momento mágico
Não escape de meus olhos
E o anoitecer não me surpreenda
Antes que ele,
Meu visitante da tarde,
Se vá ... mais uma vez.


Em uma tarde de sol, depois das doze horas, quando maio já termina.

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