Não há passado nem futuro onde me
encontro agora.
Eu me equilibro da linha tênue que divide o milésimo de
segundo passado e o milésimo de segundo futuro.
O instante que passou já é lembrança; e o instante seguinte
pertence ao que há de vir, e pronto.
Ainda que a imagem que contemplo pela janela seja a mesma de
antes e de depois, o olhar que contempla nunca mais será o mesmo. O que eu sentir e pensar determinará meu olhar.
Estou em eterna mudança no eterno presente em que vivo.
A paisagem vista através da janela do trem não se move e modifica no instante em que a absorvo.
Eu é que me transformo e me movo enquanto a atravesso.