quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
TÉDIO OU PAZ
TELA DE ROBERT DUNCAN
Interessante os pontos de vista e como eles mudam com o passar dos anos.
O que para uns é rotina entediante, para outros é simplicidade e paz.
Nesta bela pintura hiperrealista, a atitude contemplativa da moça me faz pensar em calma, uma calma que eu gostaria de resgatar.
Mas sabe-se lá que sonhos povoam a mente dela, ali, em meio às sua tarefas do dia?
Que mundos ela sonha percorrer para além daquela janela?
COLO
A imagem da mulher com a criança é tão delicada e terna que me fez pensar:
Quem recebe colo nunca esquece... pelo menos o subconsciente lembra disto....
e esta "lembrança" dá suporte, faz com que, mesmo só, a pessoa sinta-se amparada pelo resto da vida.
Dêem colo para seus filhos, para os filhos de quem não encontra tempo para eles.
Façam de si concha para suas pérolas, seus filhos.
Quem recebe colo nunca esquece... pelo menos o subconsciente lembra disto....
e esta "lembrança" dá suporte, faz com que, mesmo só, a pessoa sinta-se amparada pelo resto da vida.
Dêem colo para seus filhos, para os filhos de quem não encontra tempo para eles.
Façam de si concha para suas pérolas, seus filhos.
ASAS NOS PÉS
Quem teria coragem de caminhar por esta floresta e pisar nestas flores?Onde fica um lugar assim?
Longe...
onde os seres são alados,
alípedes, ninfas, mensageiros dos céus,
são seres pequeninos,
com pés também pequeninos,
sem peso nenhum.
Longe...
onde os seres são alados,
alípedes, ninfas, mensageiros dos céus,
são seres pequeninos,
com pés também pequeninos,
sem peso nenhum.
ORAÇÃO DA MANHÃ
Robert Duncan
Pelo café que aquece e espalha um aroma de lar e aconchego pela casa;
pelo pão que as mãos amaciaram e fizeram crescer;
pela manhã que traz, no dia que recomeça, novamente a esperança;
Obrigada, Deus!
LÁGRIMA
O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. (Salmos 30:5b)
Será a noite esta vida?
Será a manhã o após vida,
quando a alegria virá?
O que é para a eternidade uma noite?
O que é para o infinito uma manhã?
O que sou nesta vida que passa
tão devagar pra quem chora,
tão veloz como a luz pra quem ri?
Sou uma lágrima
passageira.
Será a noite esta vida?
Será a manhã o após vida,
quando a alegria virá?
O que é para a eternidade uma noite?
O que é para o infinito uma manhã?
O que sou nesta vida que passa
tão devagar pra quem chora,
tão veloz como a luz pra quem ri?
Sou uma lágrima
passageira.
domingo, 26 de janeiro de 2014
SOLIDÃO E A VERDADE NÃO REVELADA
Solidão é boa?
Só para quem se sente amado.
Se não,
É um abismo sem som.
É uma casa vazia...
Um jardim desolado
Um lugar não visitado
Há muito, muito tempo.
Sei o que é a sensação claustrofóbica
Deste sentir apertado no peito
Que não deixa respirar
Ainda que a céu aberto
Quando se está só.
Sei o que é ter as mãos frias
Pela falta do entrelaçar de dedos
E sentir-se desprotegida
Por não ter um braço firme sobre os ombros.
Sei o que é sentir esta ânsia por abraço
E aconchego
Que na falta, às vezes,
Se confunde com outros gestos,
Também bons, mas não iguais.
Solidão é bom quando se sabe que mais tarde haverá quem a
preencha.
Solidão é para quem é
pleno e
Não deixou lacunas para trás,
Para aquele que,
Ainda que só,
carrega nas veias a seiva que o nutriu,
E que,
ainda que perdidas,
Tem nos pés a força das raízes que firmaram seu tronco.
Solidão é para os fortes:
Não é o que os fortalece.
Solidão para os que cresceram sozinhos
É ventania que espalha
O que resta
De esperança.
Solidão...
E que ninguém me ouça,
Aqueles a quem não revelo minhas fraquezas...
Não é tão bom assim..
Não é...
Não é...
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
SOLIDÃO
É preciso distinguir a "tristeza de estar só" de "quietude íntima".
Pascal disse que no âmago do ser estamos intimamente ligados ao bem, à virtude, à religião.
Quando entramos pela porta que leva ao nosso interior, encontramos nossa respostas mais seguras, nos nutrimos, nos vitalizamos, para continuarmos nossa viagem terrena.
O interior é um espaço onde só cabe um: nós.
Quando nos afastamos demais deste lugar íntimo e acolhedor, afastamo-nos também da vida lá fora, pois a vemos com o olhar do outro, com o julgamento alheio, enredados nesta teia que é a vida nossa e dos outros com seus desgastes e tensões.
Por que nos sentimos sós?
porque nos sentimos vazios, sem apoio, sem segurança; quando a criança em nós em algum momento foi deixada entregue a si mesma. Não podemos resgatar esta criança. Não encontraremos ninguém na casa vazia, de longos corredores. Não encontraremos nada além de um berço vazio. A criança que éramos é apenas parte de nossas lembranças, não é o que somos hoje. Crescemos. O que ficou de nós não nos é devolvido, apenas lembranças.
Mas o que fica é este lugar em nosso íntimo, inviolável, apenas nosso. É nosso ser divino, é o lugar de luz em nós que se fortalece a cada vez que o visitamos. Quanto mais tomarmos consciência dele, menos sós nos sentiremos. Menos vulneráveis
e a mercê de opiniões alheias. Menos enredados na teia humana de contradições. Mais abertos a relações sadias, estabelecidas por verdadeiras sintonias.
Sabendo quem somos, fortalecidos com o bem que habita em nosso âmago, com a luz que nos ilumina como uma clareira nosso íntimo, poderemos sentir o cansaço do dia a dia, mas não perderemos as partes essenciais de nossa alma no emaranhado de pensamentos e sentimentos contraditórios que não nos pertencem.
Quando conseguimos estabelecer um contato com a Consciência Divina, tornando-nos um canal receptivo, sem interferências externas, não teremos mais como falar em solidão.Deus falará em nós e conosco quando nos recolhermos à caverna íntima de nosso ser interno, no santuário íntimo, onde encontramos repouso e restabelecimento para, quando estivermos com as outras pessoas, possamos transmitir o melhor de nós e ofertar nosso ser inteiro, com todas as nossas forças.
Jesus, ao retirar-se para meditar, o fazia por entender que "a elevação da alma só é possível na privacidade da solidão."
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
SOU FRAGMENTO
Eu me construo
juntando uma peça aqui
outra acolá.
vou me compondo
com o que encontro pelo caminho.
copio, recrio o que me agrada ou assombra nos outros
Eu me invento, tomando daqui e dali inspirações alheias.
não sou tão original
afinal.
até meus traços
copiei-os
de algum ancestral.
até meu jeito
de sorrir,
de mover a cabeça,
de caminhar,
e a voz...
é o jeito de alguém que assimilei
ou não...
não viveram todos em meu tempo.
me antecederam apenas.
até a dor que me atravessa
assim de repente...
digo que é minha só porque a sinto na pele,
mas é também a dor de alguém que já sofreu
antes de mim.
sou feita de peças que não se ajustam
facilmente
sou feita de contradições.
eu me construo
eu me desconstruo
e me deixo levar.
O que sobra e não encaixa
solto no vento.
Sou fragmento.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
MEU EU PIGMEU
Observo a mulher no espelho e pergunto, sabendo de antemão que ela não sabe a resposta, que ela sequer reconhece em mim, naquela que a encara, ela mesma, só que muito mais velha.
Pergunto: "Por que você não cresce? Não se basta? Não guarda para si suas dores, suas inseguranças? Por que não se impõe com serenidade, mas com firmeza? Porque precisa tanto que a aprovem, que a amem de uma forma incondicional? Porque não aceita as imperfeições dos outros, suas aparentes injustiças? etc...
Ela me olha com um olhar desamparado. Tudo que quer é que a tranquilizem, nem tanto com um abraço, mas com um tom de voz sereno , gentil. Ela quer que o mundo seja bom, calmo, justo.
O que fazer com ela?
DESISTO... por enquanto.
Pergunto: "Por que você não cresce? Não se basta? Não guarda para si suas dores, suas inseguranças? Por que não se impõe com serenidade, mas com firmeza? Porque precisa tanto que a aprovem, que a amem de uma forma incondicional? Porque não aceita as imperfeições dos outros, suas aparentes injustiças? etc...
Ela me olha com um olhar desamparado. Tudo que quer é que a tranquilizem, nem tanto com um abraço, mas com um tom de voz sereno , gentil. Ela quer que o mundo seja bom, calmo, justo.
O que fazer com ela?
DESISTO... por enquanto.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
ALDEIAS E CAMINHOS
Estes caminhos,
cortando caminho entre aldeias,
caminhos que nunca percorri..
têm alguma coisa
de mágico.
talvez tenha andado por eles,
em outros tempos
tempos
que a memória apagou
mas se foi certo
que por aí andei,
o que fui e fiz
ainda faz o que sou..
ou serão apenas sonhos...
quem sabe?
dos mistérios da vida
que sei?
Estas janelas
fechadas ao entardecer,
me lembram olhos
de pálbebras cerradas
tentando apagar o dia
e adormecer.
Estas aldeias
cheias de histórias,
com estas simples casas
curvadas ladeira abaixo,
sem calçadas,
as ruas de pedra,
lustrosas de passos,
onde alguém
como eu,
um dia
viveu.
sábado, 4 de janeiro de 2014
CONVICÇÃO DE SER AMADO
A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é, ou melhor, apesar daquilo que você é.
-- Victor Hugo
-- Victor Hugo
Ser amado, acho que, no dizer de Victor Hugo, significa mais que isto. Significa ser repeitado, considerado.
DIGNIDADE
Amanheci ouvindo repetidas vezes a frase: dignidade , dignidade, terminar atos começados.
Acho que quer dizer: Cumpre com dignidade o que está a teu alcance.
O refrão era:seja digno, para que não duvides de teu merecimento. Conquista teu respeito. O respeito dos outros virá invitavelmente, não poderá ser contestado. Teu argumento é o respeito com a dignidade que colocas em teus atos e no que transmites com convicção, sem teimosia.e sem se deixar levar por emoções que não pertencem a teu presente..Cumpre o que começaste, finaliza o quer que tenhas iniciado. O futuro se encarregará de si mesmo. O futuro se curvará diante de ti.
Teu presente é tua única herança. É o que te pertence, juntamente com tuas ações.
Teu futuro é decorrência de um ato, sempre.
O determinismo se rende a uma atitude bem feita.
A dignidade humana é, assim, fortemente relacionada com a capacidade dos seres humanos efetuarem suas próprias escolhas, sejam elas certas ou erradas. Kant
Acho que quer dizer: Cumpre com dignidade o que está a teu alcance.
O refrão era:seja digno, para que não duvides de teu merecimento. Conquista teu respeito. O respeito dos outros virá invitavelmente, não poderá ser contestado. Teu argumento é o respeito com a dignidade que colocas em teus atos e no que transmites com convicção, sem teimosia.e sem se deixar levar por emoções que não pertencem a teu presente..Cumpre o que começaste, finaliza o quer que tenhas iniciado. O futuro se encarregará de si mesmo. O futuro se curvará diante de ti.
Teu presente é tua única herança. É o que te pertence, juntamente com tuas ações.
Teu futuro é decorrência de um ato, sempre.
O determinismo se rende a uma atitude bem feita.
A dignidade humana é, assim, fortemente relacionada com a capacidade dos seres humanos efetuarem suas próprias escolhas, sejam elas certas ou erradas. Kant
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
PIANO... PIANÍSSIMO
Fico a pensar em meu piano. E meus dedos tamborilam no ar acima de meus joelhos. Sinto falta, apesar de saber que não tinha talento. Este era compensado apenas por um certo arroubo e sensibilidade como me disse minha professora, referindo-se a minha falta de disciplina e dedicação.
Um dia após outro, foi ficando cada vez mais o piano de lado. Ou porque não tinha além de talento, vontade e persistência, ou porque (e acho que a principal razão era mesmo esta) eu sempre chorava ao tocar. A música me fazia lembrar; lembrar me fazia chorar; chorar me deixava mais triste ainda, insuportavelmente triste. Então desisti. E, naqueles dias, à falta de talento, tristeza e uma tremenda falta de auto-estima, somou-se um verdadeiro terror de falhar.
Depois descobri que o nome disto era fobia. O piano passou a ser prateleira de porta-retratos, vaso de flores, enfeite na sala. Antes que o inço do tempo e a hera o cobrissem, desisti dele e ele de mim. Chopin,um dos meus preferidos também tinha lá suas fobias. E eu sempre pensei que os talentosos não soubessem o que era isso.
Frase dele: “Eles gostariam que eu desse outro concerto, mas não tenho nenhum desejo de o fazer. Vocês não podem imaginar a tortura que representam para mim os três dias antes de aparecer ao público.”
FRÉDÉRIC CHOPIN
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