Quando quer ajudar, na ânsia que a move, se intromete;
quando não se mete, sente-se culpada por não ter feito nada. Não consegue
manter a distância devida, respeitar os limites que parece tão fácil com
estranhos.
Talvez porque ainda esteja ligada por cordões umbilicais
invisíveis, que não podem ser cortados por isso mesmo: por serem invisíveis.
Um olhar do(a) filho(a), "nublado", e ela já ‘enxerga’ por
trás das ‘nuvens’ o que talvez só exista em sua imaginação fértil.
Quando o filho(a) avisa que está chegando, sente-se
eufórica, faz planos, tanto que, ao chegar, está derreada, exausta, e, para seu
espanto, meio desanimada, parecendo infeliz. Tanto que chega a suspeitar que ‘uma energia intrusa”
roubou-lhe a que tinha, pelas portas escancaradas de seu corpo astral
desavisado.
Ninguém entende que, de tão feliz que estava, acabou ficando triste. O corpo é assim: reage inesperadamente, vítima de emoções meio doidas.
Ninguém entende que, de tão feliz que estava, acabou ficando triste. O corpo é assim: reage inesperadamente, vítima de emoções meio doidas.
Pode ser, mas os anos de terapia, especialmente a última
consulta, me alertam também para algo sobre a qual reflito agora: a intimidade.
“Para haver amor tem de haver intimidade”, disse-me o terapeuta.
Intimidade exige mostrar-se como se é, dizer o que sente, ainda que o outro não goste, sem receio de que, por isso, na mais absurda das hipóteses, ele ou ela deixe de gostar de você ou você dele, o que é impossível, pelo menos para mim, quando ele reagir e discordar de você. Intimidade é uma coisa que acalma apesar de nos mostrar como somos: menos gentis, menos solícitos, mais egoístas, mas verdadeiros, "demasiado humanos".
Intimidade exige mostrar-se como se é, dizer o que sente, ainda que o outro não goste, sem receio de que, por isso, na mais absurda das hipóteses, ele ou ela deixe de gostar de você ou você dele, o que é impossível, pelo menos para mim, quando ele reagir e discordar de você. Intimidade é uma coisa que acalma apesar de nos mostrar como somos: menos gentis, menos solícitos, mais egoístas, mas verdadeiros, "demasiado humanos".
O medo de desagradar que me acompanha desde criança,
infelizmente, estendeu-se até os meus filhos. Um olhar "anuviado", sujeito a interpretações as piores, e já me
encolho ou me ouriço. Pena! Pois assim que eles saem pela porta, me entristeço
pelo que eu disse ou pelo que deixei de dizer, pelo gesto contido ou desastradamente emocional .
Intimidade... a palavra assusta, porque nos expõe de tal
forma como fios desencapados, vulneráveis. Não querendo sofrer terminamos por
sofrer mais do que é preciso.
E no entanto é simples. Basta não formar expectativas. Não
tentar controlar o que sentimos e, menos ainda, o que os outros sentem.
Basta abrir a porta e dizer: Vai entrando, a casa é tua e o coração também. Um simples abraço, sem muitos salamaleques, e pronto. Ah! E um detalhe, não abrir mão da cama ou da cadeira preferida, ou da soneca que, se dispensada, me põe de mau humor. Afinal de contas, se eu quiser deixar o filho(a) à vontade, tenho de estar também.
Basta abrir a porta e dizer: Vai entrando, a casa é tua e o coração também. Um simples abraço, sem muitos salamaleques, e pronto. Ah! E um detalhe, não abrir mão da cama ou da cadeira preferida, ou da soneca que, se dispensada, me põe de mau humor. Afinal de contas, se eu quiser deixar o filho(a) à vontade, tenho de estar também.
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