Sou senhora do tempo e do espaço.
Meu mundo eu crio,
Meu tempo eu faço
do tamanho exato de que preciso.
Meu mundo transformo
a partir do mundo dos grandes
em um lugar sem limites
e mágico.
A cadeira da vovó,
imensa, macia, aconchegante,
é uma carruagem, um trenó,
que me conduz a lugares
inimagináveis
para quem não tem meu poder.
Reinvento o mundo
a partir do que sei
de lembranças de outras vidas.
Debaixo da mesa é minha casa,
uma caverna talvez.
Há perigos "lá fora",
mas estou protegida,
pois vovó guarda a entrada
como um grande guardião,
e mamãe virá logo
com seus longos braços
que me hão de alcançar.
O que elas não sabem
é que sou senhora do tempo e do espaço,
meu mundo eu faço,
meu tempo eu traço
circular.
No centro, eu, amada,
em volta, o amor
do papai,
da mamãe e
da vovó.
Fiz para a Victoria, enquanto ela brincava de "princesa", aos três anos.
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