"Abraço é cuidado mudo.
É a forma que encontramos de
dizer: tudo vai ficar bem, sem palavras.
É proteção para pesadelos infantis,
porta aberta para corações fechados.
É revelar
sentimentos sem fazer estardalhaço.
É encontrar o caminho sem pedir informação.
Aconchego, morada, calor que vem do tum tum tum do coração e acalenta a alma.
Eu sou grude, todo mundo sabe e aqueles que meus braços não alcançam, eu abraço
com palavras."
Ílé Ásé Íyámí Ómí Tútú
Ílé Ásé Íyámí Ómí Tútú
Penso que a palavra surgiu da timidez de nossos braços, da frouxidão de nosso abraço.
Surgiu talvez de nosso constrangimento, do temor da rejeição, da incerteza de nosso gesto.
E foi assim que aprendi a enfeitar com palavras o que de outro jeito não ousava dizer.
"O poeta é um fingidor..." Ou, parafraseando: um FINGIMOR... finge que é amor o amor que deveras sente.
Não, não é. É um tímido apenas ou quem sabe tem braços curtos e um longo palavreado que aprendeu a tecer na solidão.
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