domingo, 7 de outubro de 2012

CULPA E RAIVA

Culpa e raiva
A trama e a urdidura com a qual somos tecidos.
Joanna de ângelis, em seu livro 'Conflitos Existenciais', define:"A culpa é o resultado da raiva que alguém sente contra si mesmo, voltada para dentro em forma de sensação de que algo foi feito erradamente". E ainda:" A raiva é um sentimento que se exterioriza toda vez que o Ego sente-se ferido, liberando esse abominável adversário que destrói a paz do indivíduo".
Então o abominável adversário não é tão somente o outro, aquele que feriu nosso ego: é a raiva. Mas como lidar com ela?
André Luiz em A Terra e o Céu anotou: "O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam". 
Então a culpa gera raiva, que afeta por sua vez o ego, causando reações nas relações consigo mesmo e com os outros. 
As relações afetadas por um ego vulnerável e inseguro, geram mais reações, muitas vezes desproporcionais à ação de quem convive conosco e dos demais que fazem parte de nossas relações direta ou indiretamente.
"Assim passamos a viver de forma incompleta, sempre observando as reações dos outros a nosso respeito e nos defendendo... de adversários visíveis e invisíveis..."
Não que devamos expor-nos. Oferecer a jugular. Acautelar-se é bom. Mas antes de buscarmos os adversários fora, é preciso conhecer "a partir de minha constituição mental e dos arquivos que trago, que cultuo ou que me incomodam" o adversário em mim. É com ele que devo me reconciliar, depois de compreendê-lo. 
Quem sabe se o que me perturba e me constrange no outro é uma parte de mim, insondável, negada, reduzida às sombras?

Não é por nada que o evangelista Mateus, 5:24 exorta: "Reconcilia-te depressa com o teu adversário".

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