Gosto da hora intermediária, entre a luz e a sombra.
As copas das árvores cedem espaço, reverentes, para
pequenas clareiras,
Intervalos de luz entre as sombras.
Poças de claridade aqui e ali
abrem-se no chão de terra,
ao longo da trilha na alameda.
Pinceladas de luz e sombra,
Do marrom ao dourado,
ainda úmidas
de cintilações,
traçam um desenho curioso
na tela ocre
e rugosa.
Acompanho maravilhada
O rendilhado abstrato,
Formas e tons se recriando
De instante em instante,
Acompanhando o movimento lento
do passar das horas.
Tão linda e tão breve é a hora transitória.
Em um minuto a claridade intensa incendeia os ramos
mais altos.
Quando a luz parece insinuar-se assim por entre as
formas, coando-se por entre as frestas, liquefeita, para enxugar-se por entre
as sombras, no chão.
Vânia