Não quero passar pela vida
como uma lufada de vento,
nem me consumir
no fogo de meus anseios,
ser folha jogada
ao vento,
nem cinza do que me restou.
Quero esculpir nas rochas,
Com minhas mãos de água,
Formas indefinidas e belas.
Quero tecer caminhos de terra
Para os que caminham junto
E depois de mim.
Quero caminhar com palavras,
Já que andar não posso como antes,
Dizer o pouco do que sei
E o muito do que sinto
Quando eu me for,
quero
Permanecer sempre
viva
em meus versos.