quarta-feira, 29 de agosto de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
VER E CONTEMPLAR.
Ver, observar e contemplar são coisas diferentes.
Pode-se ver sem ver, distraidamente.
Quem observa, vê mais atentamente. Presta atenção. Vai
além dos contornos, além da superfície.
Contemplar é mais. É ver ‘com’...
COM + TEMPLAR.
Procurava o significado de ‘templar’. Não
encontrei. Procurei então “templo”. Diz:
Lugar descoberto e elevado, consagrado pelos augures, entre os Romanos. ......... Lugar misterioso e respeitável. Recordação perene das ações memoráveis.”
Lugar descoberto e elevado, consagrado pelos augures, entre os Romanos. ......... Lugar misterioso e respeitável. Recordação perene das ações memoráveis.”
Encontrei também:
“Olhar atentamente, embevecidamente e demoradamente; admirar, apreciar:
contemplar as estrelas no céu.
Meditar em, refletir.
Levar em consideração.v. t."
Meditar em, refletir.
Levar em consideração.v. t."
Então...
“Contemplar” é um ato
que se realiza ‘com’ o coração, atentamente sim, mas sem se perder nos detalhes, desprovido de crítica;
embevecidamente, com respeito, consideração e amor. como se estivéssemos em um
templo e o ‘objeto’ contemplado, algo sagrado.
A partir daí defino
contemplar como: ‘Olhar do alto de um lugar descoberto, elevado, misterioso, em
nós mesmos, no “templo” de nosso coração.’
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
SABER E FÉ
Montagem feita por mim. A foto resultou de um defeito da máquina, uma antiga, não lembro o nome. |
Saber é diferente de crer.
Crer é uma alternativa para aquilo que não sabemos.
Para saber precisamos conhecer, compreender,
comprovar.
A fé basta a si mesma. Não precisa de respostas. É ela
mesma a resposta para os que têm a graça de possui-la.
Para alguns, creio, é fruto da vontade, do esforço e
da necessidade; para outros, os puros de coração, é consequência de uma
confiança inabalável, e ainda há os que nasceram com a graça de crer. Pairam
acima da dúvida, na luz. Talvez eles não apenas creiam, mas saibam. Sabem o que
nós, os não portadores da Graça, não imaginamos.
Não sei e não sei se creio, pelo menos não no que tenho
aprendido por aí. Não tenho dons, nem confiança irrestrita... graça muito
menos. Resta-me a esperança, a vontade de crer.
Kant escreveu: “A fé é uma crença que é suficiente
apenas subjetivamente” (teoria do método II, 3).
Portanto não satisfaz aos que não basta a
subjetividade.
Os buscadores da verdade tropeçam na dúvida. Hesitam
entre uma verdade e outra.
Não que a verdade não exista ou seja relativa. Ela é.
Ponto. Só não sabemos. Pelo menos eu não. Assim como o Amor. Ele é. Mas não o
alcançamos. Nem nossos amores relativos nos dão uma pálida ideia do que ele
seja. Assim como Deus. Ele é. Mas não o conhecemos. “Se conhecêssemos Deus, já
não precisaríamos acreditar nele.”
Talvez a fé tenha sido inventada pela esperança que
transformou seu objeto em verdade.
André C. Sponville em Dicionário Filosófico diz que “a
fé é como uma utopia metafísica e que a fé nutre-se tão-somente da ignorância do
seu objeto.” Será?
Não sei. Reconheço que preciso esvaziar minha mente de
ideias, as inúteis pelo menos, e deixar a janela aberta para a luz entrar. A fé
quem sabe?
Kant reconheceu que “teria de pôr de lado o saber a
fim de obter um lugar para a fé.”
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