domingo, 8 de junho de 2014

VENTO

O vento
Desfolha
Pétalas.
Desmancha
Cabelos.
Espalha
Orações
E canções.
O vento é
É um poema
Sem rima,
É um uivo,
Gemido
De uma alma
Que chora.

Entre o sono
E a manhã
Eu o escuto
A bater.
Eu pergunto
‘Quem bate’
Me responde
Um lamento
‘É o vento
É o vento.’


sexta-feira, 6 de junho de 2014

CHUVA E FRIO












     
Há quanto tempo não escrevo...
Chove uma chuva miúda, fina, destas que entram pelas frestas da alma da gente...

Desisto.
Poema nem sempre é feito de palavras.
Pode ser uma imagem
Ou uma canção silenciosa e sem melodia,
Apenas som, cor e luz,
Mais nada.


Meu olhar é uma janela
E eu me debruço nela
Em estado de graça.

O bom da chuva, quando é fina e fria, é estar de dentro, aquecida, olhando para ela. 
O bom do frio é sentar em frente à lareira, 
escutando o crepitar das chamas, 
o estalar da madeira a queimar.
Bom mesmo é este se perder no contemplar.
É se deixar estar sem fazer nada.
O poema de hoje é a própria chuva.