quinta-feira, 29 de agosto de 2013

SETE REGRAS BASTANTE ÚTEIS DE CONVIVÊNCIA



Quando os ânimos estão exaltados, o bom senso é o primeiro a tombar em batalha – o que, infelizmente, não significa que ele esteja a salvo quando tudo parece calmo.
Na verdade, o pensamento sensato é uma das mais contraintuitivas habilidades humanas.
 Agir e pensar contra os impulsos, as ideias preconcebidas ou aquilo que se aprendeu a acreditar exige esforço e alguma humildade. Não é natural, mas pode ser treinado. 

O filósofo Daniel C. Dennett, que propôs uma das mais contraintuitivas teorias do pensamento ao questionar o conceito de “livre arbítrio”, escreveu um artigo no jornal The Guardian em que apresenta sete regras bastante úteis
no mundo real e nas redes sociais, nestes dias em que a paixão e a irracionalidade do estádio de futebol parecem ter migrado para o debate político.  
As sete ferramentas do pensamento crítico, segundo Dennett, são as seguintes:  

1)  Saiba errar 
Todo erro oferece uma oportunidade de aprendizagem, mas para isso é preciso ter honestidade intelectual e disposição para corrigir a rota. 

2) Respeite o adversário
Se você quer ser ouvido, experimente ouvir os outros e considerar seus argumentos antes de dar a eles uma resposta pronta – ou um coice. Não seja pedante, cínico,  arrogante: essa é uma péssima propaganda para as suas ideias.

3) “Evidente”, só que não
Desconfie de expressões como  “evidentemente” quando elas não vêm acompanhadas dos argumentos que detalham o que era para ser óbvio – e quase nunca não é. 

4) Responda perguntas retóricas
Como o “evidentemente”, as perguntas retóricas não servem para nada e ainda desviam o rumo do debate: “Quem pode dizer o que é certo ou errado?”. Qualquer um.

5) Observe a Lei da Parcimônia 
Se algo pode ser explicado em poucas palavras e de forma simples, dispense as argumentações longas e extravagantes. 

6) Lembre da Lei de Sturgeon
Theodore Sturgeon (1918 – 1985) foi um autor de ficção científica e cunhou a seguinte frase: “90% de tudo é bobagem”. Dennett concorda que isso pode ser um exagero, mas sugere que não se perca tempo com argumentos que não se sustentam.

7) Fuja do “profundismo”
Reconheça pensamentos supostamente profundos que são apenas banais. Dennett criou a expressão “deepity” para definir aquele tipo de frase que parece bonita, mas na verdade é apenas vazia, tipo “o amor é só uma palavra” ou “a felicidade está nas pequenas coisas”.  O “profundismo” é tudo menos “profundo”  – e talvez por isso faça tanto sucesso nas redes sociais e nas mesas de bar.
·        

ELEGÂNCIA - SIGNIFICADO


Gosto de pensar no significado das palavras. Descobri o que significa a palavra  ELEGÂNCIA. Para dizer a verdade, foi minha filha quem me disse.
EL GAN CIA significa 
"Caminhar com a veste de Deus."

Não tem nada a ver com acessórios, vestuário, pose, ser articulado, corte de cabelo, estas coisas. 
Tem a ver com alguma coisa especial que distingue determinadas pessoas. Algo que vem de dentro para fora e se manifesta no olhar com que abraça, no tom de voz com que acolhe a quem se dirige ao falar, na postura atenta, calorosa, sem ser curiosa ao ouvir o que alguém diz.
Quando encontramos alguém assim, sequer lembramos do que vestia então. Lembramos dela, só dela, do seu jeito especial que fazia com nós quiséssemos estar a seu lado. 
E se alguém nos perguntasse  o que vestia, diriamos, se nos atrevessemos a dizer:
- Ela usava a veste de Deus. Vestia-se de Luz..

POLITEÍSTA, NATURALISTA OU PANTEÍSTA? O QUE SOU?



“Quanto a mim, não posso, dadas as tendências variadas do meu espírito, contentar-me com uma única maneira de pensar.
 Como poeta e artista sou politeísta, como naturalista, inversamente, sou panteísta, e uma coisa tão decididamente como a outra. 
Se eu tiver necessidade de um Deus para uma personalidade de ser moral, está tudo preparado para responder também a essa exigência. 
As coisas do Céu e da Terra são um  domínio tão vasto que unicamente os órgãos de todos os seres reunidos são aptos para as envolver”.


(Carta de Goethe a Friedrich Heinrich Jacobi, 6 de janeiro de 1813, 1998f¹) 


FIOS ENTREVERADOS NO CÉU URBANO




“Cada vez mais fios atravessam o horizonte, mas parece até que ninguém se importa. O olhar urbano já se habituou ao emaranhado que polui a paisagem. E, quando algum cabo se rompe, fica difícil encontrar o fio da meada.”

Eu me importo.
Meu olhar não se habitua,
Não.
Acaso o hábito de assistir ao que é feio nos torna insensíveis à feiura?
Maria Inês Lobato, psiquiatra, disse que dá bem-estar abrir a janela e avistar a paisagem limpa, em vez de obstruída por um monte de fios.
E ressalta que isto é muito importante.
Também acho.
Já me bastam os nós na minha cabeça que tenho de desembaraçar.
Já nos bastam os nós no poder público que ninguém consegue desatar.
Os fios embaraçados nos céus urbanos já são um reflexo da confusão em que vivemos.
Não é a estética um reflexo da ordem e harmonia de que se necessita tanto?
Por que não enterram os fios? Porque um empurra para o outro a decisão de fazê-lo.
O problema é o desinteresse e a acomodação e a irresponsabilidade e sei lá mais o quê dos que não estão nem aí e que poderiam, se quisessem realmente, fazer algo para beneficiar a cidade.
Seu Nataniel, aposentado, como eu, se aborreceu  e reclamou e insistiu.  Não sei o que conseguiu.
Como eu e outras pessoas como Maria Inês, ele olha pela janela e vê o que os homens do poder público não vêem, porque seus olhos habituados à feiura, não conseguem e nem querem enxergar. 

Vânia.

domingo, 25 de agosto de 2013

PARA ALGUÉM QUE NASCEU EM SETEMBRO





Suavemente ruiva,
Entre a avelã e a sépia,
Como as folhas hesitantes
De um outono tropical.

Assim é sua cabeleira
Transbordante.

Naturalmente ruiva.
Cabelos em chama
Ao sol...
café ao leite,
mais café que leite,
na sombra.







Os olhos
de um verde iluminado,
Com vestígios de azul
E cinza
Como as folhas rendadas
Entreveradas com o céu.

Tão simplesmente linda,
Rosto de madona,
Tão linda e simples
É o que ela é.

Nasceu rosada,
Ao meio-dia,
Em pleno dia.
E sol a pino.

Nasceu em dia de sol
sem nuvens
Abriu os olhos,
Sorriu pra mim...
E eu não sabia
Que sorriso podia
Ser  tão azul assim.

Vânia

FILHOS E AMOR






Dizemos amar nossos filhos.
Estive pensando nisto. Conclui, com um gosto amargo na boca, que amamos sim, mas de um jeito particular, que nem sempre é o melhor.
Falo baseada na minha própria experiência. Não generalizo.
Amo, pensava, porque me preocupo com eles, tento dar-lhes o que pedem ou que acho que necessitam, mas nem sempre o que precisam. Desculpo tudo e me culpo por tudo,. Sofro quando os vejo sofrer, pedindo a Deus que os poupe de tudo.
Não percebia que ao preocupar-me com eles, estou de certo modo dizendo-lhes que me tomam todo o meu tempo com esta pré-ocupação sem fim, sem deixar tempo para mim. Rimou. Ao dar-lhes coisas, tento compensar o que falta em mim... de amor sereno, receptivo, em vez de dador. Ao desculpá-los e culpar-me sempre por suas próprias falhas, roubo deles o respeito por si mesmos e a capacidade de se construirem e evoluirem a partir do reconhecimento de si mesmos. Ao sofrer por eles, roubo de suas vidas experiências que só eles podem passar e superar.
Na verdade, quero poupar-me. Quero que sejam felizes, bem resolvidos, serenos, para que me permitam ser feliz, bem sucedida e sossegada.
Na verdade, ao dar, tomamos. Ao desculpar, me sinto perdoada. Ao carregar as culpas dos filhos, livramo-nos da nossa de, em algum momento triste, mas não impossível, senti-los como um fardo pesado para nossos ombros despreparados. Ao nos preocupar, livramo-nos de ter de preencher com um significado maior nossas próprias vidas. Achamos um motivo para justificar nossa falta de motivação para tomar decisões que tornem nossas próprias vidas algo que faça com que viver valha a pena. Acabei generalizando ao dizer nós em vez de eu, talvez para não ficar sozinha nessa exposição do que sou.
Estive pensando... que o que eles querem, na verdade, é uma mãe mais feliz, mais apaziguada, mais leve.
Os filhos precisam, e aí posso generalizar, é de nossa alegria, não de nossas lágrimas; de nossa esperança, não de nosso desespero; de nossa fé, não de nossos medos; de nossa serenidade, não do peso de nossas culpas; de que nos sintamos gratos por existirem, não de sua gratidão por ter-lhes dado a vida; de ouvidos para ouvi-los, não de nossas bocas com respostas prontas e que, pretensamente, julgamos ser sensatas.
Os rios não precisam de quem oriente seu curso, mas de quem os contemple da margem com alegria.
Os pássaros não precisam de quem os ensine a cantar, mas de quem ouça seu canto e, talvez, possa cantar com eles.
Porque, quando amamos, somos naturalmente felizes e isto nos faz maiores e capazes de amar não só os filhos, mas, quem sabe um dia, toda a humanidade.

Vânia

sábado, 24 de agosto de 2013

UMA VIDA BOA E NADA MAIS

 Não é isso que toda pessoa de mente saudável quer? Um lugar tranquilo para viver, onde se possa plantar os amigos, os discos, os livros e nada mais. Um lugar em que se possa ouvir o silêncio das línguas cansadas.

As pessoas só precisam de uma vida simples e boa. Só isso. Simplicidade. Apenas um lugar em que se possa ficar do tamanho da paz, em que se tenha a certeza dos amigos do peito, e nada mais.
David Coimbra.


É o que quero ... 
agora
A hora boa, 
ao entardecer.
E ser 
apenas eu 
só eu
e nada mais.
A mais 
só quero comigo
um amigo 
que realmente só me queira bem.
Um bem 
que não me falte quando precisar.

Hoje eu só quero um vida boa.
Boa noite 
escutar antes de adormecer.
e ser 
feliz.

Eu quero ser simples, ser capaz
de em paz viver,
sem tanto mais querer.



sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O EU SUPREMO



“Os iogues dizem que o descontentamento humano é um simples caso de identidade equivocada. Nós somos infelizes porque achamos que somos meros indivíduos  sozinhos com nossos medos e falhas, com nosso ressentimento e nossa mortalidade. Acreditamos equivocadamente que nossos pequenos e limitados egos constituem toda a nossa natureza. Não conseguimos reconhecer nossa natureza divina mais profunda...Em algum lugar, dentro de nós, existe um Eu supremo que está eternamente em paz... este Eu é que é a nossa verdadeira identidade... se você não perceber esta verdade, estará sempre desesperado, idéia expressa de forma inteligente na seguinte frase irritada do filósofo estóico grego Epíteto:


”Você leva Deus dentro de si, seu pobre desgraçado e não sabe disso.”

Do livro “Comer, rezar, amar”.
Este trecho corresponde à parte em que a autora se encontra na Índia, tentando meditar

BAILARINA



Meus pés cansados,
Não dançam mais.

Olho para meus pés,
Surpresa.
Presa a eles estou.
Não reconheço
estes pés.
Estranho...
Pois são meus.

Meu corpo envelheceu
Caminho lentamente,
Meus pés vão devagar,
contidos em seus limites.

Adormeci ainda ontem,
depois do baile
e acordei hoje, creio,
tão cansada.

Algo em mim se agita
E salta e voa

Um som dentro de mim
Ainda ecoa

Alguém dentro de mim
Ainda sonha

E na ponta dos pés
Se põe a dançar,
Tão leve

em pleno ar.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

NA PONTA DOS PÉS.

"Dias suportáveis e submissos, nos quais nem o sofrimento nem o prazer se manifestam, em que tudo apenas murmura e parece andar na ponta dos pés.” 

Hermann Hesse


Um poema inspirado no tema acima.

Passei a apreciar a rotina
De um caminho sem desvios,
E encruzilhadas.

Não é preciso escolher o rumo,
O caminho escolhe por mim.

Cansei do improviso,
Prefiro o planejado
De antemão.
Na contra mão
Nem penso andar.

Conheci o desespero,
O temor do inesperado.
Por isso não espero.

Vivi a inquietação, o insuportável,
Tanto que o suportável,
até mesmo o tédio 
e a solidão das tardes quietas,
aprendi a chamar de paz. 


Não ouso alterar este estado de coisas,
Piso de mansinho com meus chinelos de espuma,



Nada de acordar o animal que dorme,
Tremo de pensar que
Em sua garganta há de  restar
uma força vital, que ao se soltar,
É um URRO.
Por isso cochicho,
não atravesso o limite 

do sussurro.



Hoje não corro,

para não despertar 
o sossego.
Me chego de mansinho,
com tato e delicadeza.

caminho, sem pressa,

com muita leveza,
na ponta dos pés.



Vânia - agosto.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O EU E A SOMBRA

"...aquele que pairava nas alturas era o mesmo que se arrastava no chão.
... quando minhas asas se desdobravam ao sol , sua sombra projetada na terra era como uma tartaruga.

Eu, o crente, era também o cético..."


Gibran com estas palavras fala de nosso Eu dividido, causa de nossas aflições.
Ele não diz isto; eu que deduzo. 
E assim me sinto.

Assim me vejo...
em momentos de êxtase
alcanço o cume,
Não me reconheço 
na sombra projetada.
abaixo.

Meu ser alado
galopa, 
livre,
sobre as nuvens..
esquecido da sombra errante 
que se arrasta
e esconde
na escuridão do vale,
ao pé da montanha.

Mas eu sou aquele e sou este,
ainda,
não sei.

e Gibran escreve:
"O que sois reside acima das montanhas e erra com o vento.
Não é algo que rasteja ao sol para aquecer-se ou cava buracos na escuridão para se proteger.
Mas sim, algo livre, um espírito que envolve a terra e se movimenta no éter."

EU SOU ESTE EM BUSCA DO QUE SOU.


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ENTUSIASMO

  IN THEOS MO


Movimento de Deus dentro de nós.
Este é o significado de ENTUSIASMO.

Uma pessoa entusiasmada tem Deus dentro de si. É uma pessoa inspirada, apaixonada. 

Certa vez Jesus afirmou: “o Reino de Deus está em vós!”. 
O que é este "Reino"? É o reino da alegria, profunda, inalterada, pura. É o reino do amor, profundo, inalterado, puro.
Quando pudermos sentir que Deus está dentro de nós, conseguiremos viver com entusiasmo, vibrando com a vida, com tudo. 
Descobriremos então o verdadeiro significado do "amor". Saberemos amar de verdade, com alegria.

E quem ama sente alegria. Vive com entusiasmo. 


Cada alma que entra em comunhão com Esta força,
através da oração, do pensamento direcionado, passa a fazer parte, ainda que momentaneamente, do reino de Deus.

É este movimento para dentro de Deus,
através da comunhão com Ele,
através da entrega na meditação
sem distrações, com verdadeira intenção,
que expande a força de cada um de nós.

Sabemos quando isto acontece
ao sentir que vibramos em uma frequência diferente,
a que chamamos ENTUSIASMO,

manter a chama do entusiasmo
depende deste movimento:
In Theos Mo.



domingo, 18 de agosto de 2013

EU E O TEMPO



Hoje eu me senti por dentro assim:
sem luz,
sem vida,
sem idade.
Hoje amanheceu dentro de mim
alguém tão triste,
cansada
e sem vaidade.

Fui procurar
por mim
num outro tempo

não esquecido
da memória.


Havia
a cidade,
 a casa,

a velha janela,
mas

eu não estava lá.

Apenas 

encontrei
enrodilhado,
entre os anéis de poeira,
rodopiantes,
 só o

 passado.

Encontrei
o ar 

saturado,
a madeira enegrecida,
lavrada pelo tempo,
nada mais,

apenas.

A vidraça escorrida
dos respingos de chuva
ressequidos
e pó.

Assim eu me senti hoje,
envelhecida
e só.





 No entanto
 cá estou:
     desenhando 
   borboletas
   nas janelas
     de meus olhos.

     No entanto
    cá estou,
   Tramando sonhos
  tecendo poemas,
 colocando
flores,
cores,
 na tela
 da janela,
  imaginada.
                                                             
Envelheço
   por fora.
Ah!
  por dentro,
no entanto,
    eu canto.
                                                             

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

FÚRIA DE VIVER

Eu estava lendo um artigo de Carpinejar, e em alguns aspectos me identifiquei.
Pensei: somos todos tão iguais de certa forma.
Ele disse que o pai o chama de Wolverine. 

Nas palavras dele: "pelo meu alto poder de cicatrização. 
Eu me desespero e logo ressuscito, eu caio e logo levanto. Não morro de uma única vez. 
Não desisto. Não me entrego mesmo que não veja a saída. 
Quando não há porta, eu espero no escuro até ser a porta. 
A ansiedade que me enerva acaba por aumentar minha vontade de ver de novo a luz.
Tenho fúria de viver. Não há perda que seja total. 
Alguém pode me machucar terrivelmente, mas não me leva. 
Posso permanecer sequelado, mas sei cavar a terra por dentro da terra. 
Penso nos filhos, penso nos amigos, penso na literatura e sigo adiante. 
Cambalear ainda é caminhar. 
A chuva lava minha ferida e o vento seca.                                 A carne da memória se recompõe de algum jeito. 
Talvez seja um excesso de sofrimento na infância que me preparou para o pior no futuro. Eu sobrevivi a tanta coisa."
E por aí vai..... 


Ele é um sobrevivente,. como eu. Como disse o meu terapeuta.
No final, ele disse não entender onde o pai enxergava as garras do Logan, e pergunta ao pai: "E as garras das mãos, pai?" E a resposta foi:
"— São as palavras, meu filho. Você se defende com a linguagem ou se agarra nela para não morrer."


Então é por isso que escrevo, eu, Vânia, ainda que mal, na minha opinião, mas escrevo. Quando se escreve, ninguém interrompe para contestar. Mesmo que leia e ache ruim, não me impede de dizer o que eu penso. Falo e pronto.
É esta fúria de viver que irrompe, quando penso já não ter mais ânimo nenhum. É esta ansiedade que me enerva, que não me deixa ficar muito tempo em triste recolhimento e rancor. É minha ânsia por claridade, que me faz cavocar (ou cavoucar, isto existe?) até achar uma saída. Não sei quantas vezes morri de desespero e ressuscitei também de pura esperança, achando que devia  tentar de novo, "pode que dê certo." Teimosa sou eu.
E sigo adiante, no ritmo das pernas que não acompanham minha fúria de viver. Cambaleando, estalando as juntas, mas caminhando, pois "Cambalear ainda é caminhar."